O Liverpool deu a proverbial coça ao Arsenal, a fechar a jornada três da Premier League. Foram quatro golos sem resposta mas podiam ter sido mais, se os Gunners não tivesse Cech na baliza. A escolha do onze de Wenger foi no mínimo bizarra e no final o treinador francês arrasou os jogadores por terem sido inferiores em toda a linha. Destaque ainda para Raheem Sterling, que volta a safar o City já nos descontos. E para Dyche e o Burnley: a equipa que só venceu uma vez fora na temporada passada já foi roubar pontos a Chelsea e Tottenham nos respetivos redutos.

O Arsenal como experiência de absurdo

Mais uma vez, as opções de Wenger para o onze inicial foram no mínimo bizarras.

Mais uma vez, as opções de Wenger para o onze inicial foram no mínimo bizarras.

Alguém devia estudar o que é ser um adepto do Arsenal. Seria uma análise sociológica fascinante, perceber aquilo por que passam jornada após jornada, desilusão após desilusão, sempre tentando fazer sentido do que é incompreensível. As escolhas de Arsène Wenger para o alinhamento inicial foram no mínimo bizarras. As duas contratações fortes do mercado de verão – Alexander Lacazette e Sead Kolasinac – ficaram no banco. Não seria nada de extraordinário se ambos não andassem a ser regularmente utilizados desde a pré-temporada. E, pelo menos, no caso do defesa bósnio, estarem a causar um impacto muito positivo na equipa. Alexis Sánchez fez o primeiro jogo competitivo da época, depois de paragem devido a suposta lesão. Por mais garra que o chileno tenha, atirá-lo para o relvado frente ao Liverpool, uma equipa que joga sempre com grande intensidade, é só mais um sinal do desnorte que há na equipa londrina. Fazer Laurent Koscielny de início para a defesa, também uma estreia mas cuja ausência se deveu a castigo, faz algum sentido no sentido que que o francês conhece muito bem o adversário. Mas também diz da confiança que o técnico tem nos restantes defesas.

Jonathan Wilson analisou, ainda antes da partida, a falta de assertividade do meio-campo dos Gunners, particularmente a dupla Ramsey/ Xhaka, um dos pecados capitais desta formação quando enfrentam equipas com qualidade. Bellerín, o homem mais recuado quando os londrinos estavam em movimento ofensivo, foi “comido” em três dos quatro golos do Liverpool. Enfim, é demasiado fácil apontar erros crassos. Foram quatro mas podiam ter sido bem mais. Bastava que Petr Cech não fosse o senhor na baliza do Arsenal.

Depois da partida, Wenger arrasou os jogadores, considerando a exibição “absolutamente desastrosa” e “inaceitável” a forma como foram inferiores em toda a linha aos adversários. Se ele soubesse quem é o “chefe” daquela banda também lhe diria das boas, imagino eu.

As pilhas do Liverpool duram e duram

Firmino, Mané e Salah tivceram ainda o contributo de Strurridge, na concretização.

Firmino, Mané e Salah tivceram ainda o contributo de Strurridge, na concretização.

Roberto Firmino, Sadio Mané, Mohammed Salah e Daniel Sturridge foram os marcadores de serviço. O inglês entrou aos setenta e quatro e três minutos depois estavam a fechar o marcador. Convém lembrar que o Liverpool tinha jogado na quarta-feira a segunda mão do play-off de acesso à Liga Milionária, derrotando mais uma vez o TSG Hoffenheim. Mesmo assim, e com poucas alterações no onze, foi capaz de “dar uma coça” ao Arsenal, com o jogo de alta-intensidade que lhe é característico. Klopp diz que um dos objetivos no domingo era a equipa provara si mesma que podia fazer exibições contundentes a cada três ou quatro dias, coisa que não acontecia na temporada passada. Desafio superado: as pilhas aguentam.

Mais dois destaques da jornada. O primeiro para Raheem Sterling. O extremo inglês, que já na semana passada tinha poupado o Manchester City frente ao Everton, voltou a ser decisivo. Desta vez, o golo de Sterling aos noventa e sete minutos valeu os três pontos. E por fim, que dizer do empate do Burnely em casa do Tottenham? A equipa que na época passada venceu apenas um jogo em casa, no campeonato, já tinha ido estragar a jornada de abertura ao Chelsea a Stamford Bridge, onde reclamou os três pontos, e este fim de semana o golo de Chris Wood, a passe magistral de Robbie Brady, foi mais um passo gigantesco na confiança da equipa.

Boas Apostas!