A menos que os jogos da segunda mão reservem duas grandes surpresas, Ajax e Manchester United vão marcar presença na final de Estocolmo. Em jogos com características totalmente distintas, holandeses e ingleses garantiram vantagem.
O talento prolifera no Ajax de Peter Bosz. Com uma equipa muito jovem como é apanágio, a formação de Amesterdão deu um grande passo rumo à final de Estocolmo ao golear o Lyon por quatro bolas a uma, despertando um certo saudosismo nos adeptos de um clube que está no “hall of fame” europeu. O encontro entre Ajax e Lyon dizia respeito às meias-finais da Liga Europa, mas apresentou características idênticas às de uma partida da Eredivisie. Duelo aberto, intenso, com duas equipas dispostas a discutir o jogo e pouco “presas” ao facto de se tratar do primeiro jogo de uma eliminatória disputada a dois jogos, ainda para mais com tamanha significância. Dolberg, Traoré, Younes, Ziyech e Klassen foram determinantes numa exibição quase irrepreensível do ponto de vista ofensivo, capaz de explorar e aproveitar as fragilidades ofensivas do adversário. O Ajax também concedeu uma mão cheia de boas ocasiões ao Lyon, mas a equipa francesa não exibiu tanta eficácia e só marcou uma vez, por intermédio de Mathieu Valbuena. Longe vai o “futebol total” da década de 70, mas o Ajax soube deliciar a plateia, contribuindo para um dos melhores espetáculos na atual edição da Liga Europa.
À lei de Rashford
Duelo com características antagónicas no Balaídos, em Vigo. A especulação sobrepôs-se à espectacularidade e o embate entre Celta e Manchester United esteve longe de ser tão entusiasmante quanto o confronto entre Ajax e Lyon, disputado na véspera. Pouco experientes nestas andanças, o Celta de Vigo ficou aquém das expectativas num dos duelos mais importantes da sua história. Os comandados de Eduardo Berizzo aparentaram acusar a pressão do momento, carecendo de uma ideia de jogo e revelando muitas dificuldades para chegar com perigo à baliza defendida por Sergio Romero. Do lado inglês, as ocasiões para chegar ao golo também não foram muitas. Frente a frente estiveram duas equipas que mais do que para ganhar, entraram em cena com o intuito de não perder. A maior quota parte de responsabilidade estava do lado do Celta de Vigo, a jogar perante os seus adeptos que acorreram em massa ao Balaídos. O Manchester United foi igual a si mesmo e voltou a adoptar o perfil do costume nesta Liga Europa, sempre com todos os riscos meticulosamente calculados. À partida, um empate agradaria ao Manchester United, de preferência com golos. Os “Red Devils” conseguiram melhor que isso e garantiram vantagem para a segunda mão, em Old Trafford, graças a um golo marcado por Marcus Rashford na conversão de um livre à entrada da área contrária, perto do minuto 70. A equipa inglesa ostenta boas perspetivas quanto à possibilidade de se apurar para a decisão de Estocolmo.
Boas Apostas!