A história da França de 1998 e 2000, uma das melhores selecções de sempre.
Uma selecção recheada de estrelas como foi a França, em 1998 e 2000, só podia traduzir-se em títulos. A jogar em casa, a França conquistou o Mundial de 1998 e, passados 2 anos, chegou o Europeu na Bélgica/Holanda, que a França também levou para casa.
Marselhesa Mundial
A França ficou isenta de ter de jogar o apuramento, o que lhe permitiu construir uma base sólida com jogadores de imensa qualidade. Aimé Jacquet foi o treinador escolhido para assumir o comando de França, em 1994.
O Grupo C estava longe de ser dos grupos mais complicados, contava com a presença da França, Dinamarca, África do Sul e Arábia Saudita. Apesar de jogarem em casa, existiam outras selecções favoritas à conquista do título, como era o caso do Brasil de Ronaldo, Itália de Baggio, Holanda da geração de 1994 do Ajax, Argentina de Batistuta, Alemanha de Matthaus e Inglaterra de Beckham.
Marselha foi o palco onde tudo começou a ser desenhado.
A França recebeu a África do Sul, que se estreou nestas andanças. Primeiro jogo, primeira vitória. 3-0 contra os sul-africanos. Seguiu-se a Arábia Saudita, em Paris, com a vitória a sorrir aos franceses, 4-0. Com este resultado a França assegurou a qualificação para a fase seguinte mas faltava ainda o jogo frente à Dinamarca de Peter Schmeichel, com 2-1 a ser o desfecho final.
Nos oitavos-de-final, a França defrontou o Paraguai de Gamarra. Um desafio bastante complicado e o 0-0 só foi desfeito para lá dos 90 minutos. Blanc foi o autor do golo aos 113 minutos. Paraguai para trás das costas, seguiu-se a Itália nos quartos-de-final.
À semelhança do jogo contra o Paraguai, a França encontrou uma selecção bastante concentrada do ponto de vista defensivo. O jogo foi decidido na marca das grandes penalidades, com a França a ser mais feliz. 4-3 foi o resultado na decisão da marca dos 11 metros.
Nas meias, a França tinha pela frente a Croácia que era a grande sensação da prova, ao eliminar a Roménia e a Alemanha por uns expressivos 3-0. Tudo isto na sua primeira prestação num Mundial. O pavor da defesa francesa chamava-se Davor Suker que, até à data do jogo, tinha 5 golos marcados e era o Melhor Marcador da prova. O resultado final foi de 2-1 para os les bleus. Thuram foi o herói improvável ao apontar os dois golos e Suker fez o golo para a Croácia, o seu 6º golo da competição, o que lhe valeu o título de Melhor Marcador. A França alcançou a final do Mundial pela primeira vez na sua história e teve pela frente o Brasil, detentor do troféu na época.
O Stade de France recebeu um dos duelos mais esperados de sempre, o Brasil de Ronaldo e a França de Zidane. Todos esperavam um jogo equilibrado, mas foi mesmo uma partida de sentido único, com a França a dominar em todos os momentos do jogo. A final traduziu-se num one man show, com Zidane a fabricar dois golos de cabeça. Petit fez o 3-0 nos minutos finais e selou a vitória.
A França teve o Melhor Ataque da prova, com 15 golos marcados, e a Melhor Defesa, com apenas 2 golos sofridos.
Notre Europe
Muitos adeptos do futebol consideravam que o sucesso da França se devia, sobretudo, ao demérito do Brasil, que não tinha Ronaldo ao seu melhor nível. Cabia à França responder dentro de campo e, desta vez, com Roger Lemerre no comando técnico.
O apuramento para o Europeu de 2000, na Bélgica e Holanda, foi feito sem grandes percalços. 1º lugar com 21 pontos. Na fase final da competição a França ficou no mesmo grupo da anfitriã Holanda, da República Checa que tinha feito um apuramento com 10 vitórias em 10 jogos, e a Dinamarca.
O caminho até à final fez-se com uma vitória por 3-0, frente à Dinamarca. Seguiu-se a República Checa, que foi derrotada por 2-1. No último jogo da fase de grupos, a França caiu aos pés da Holanda, 3-2 foi o resultado final. Apesar da derrota a França carimbou a passagem aos quartos-de-final.
O azar bateu à porta da vizinha Espanha, que foi afastada nas meias-finais, por 2-1. Zidane e Djorkaeff fizeram os golos da França e Mendieta marcou pela Espanha. Portugal, treinado por Humberto Coelho, atravessou-se no caminho da França até à tão desejada final. Nuno Gomes inaugurou o marcador mas, Henry estabeleceu a igualdade na segunda parte. A decisão ficou adiada para o prolongamento onde Zidane foi decisivo ao brilhar. O golo da decisão foi apontado aos 117 minutos, através de uma grande penalidade.
A final foi decidida em Roterdão, entre italianos e franceses. Uma primeira parte equilibrada. A Itália chegou à vantagem por Delvecchio, no início da segunda parte. Quando todos pensavam que o título viajava para Itália, Wiltord fez o empate ao cair do pano. Seguiu-se o prolongamento e Trezeguet fez o 2-1, aos 103 minutos. A França venceu o título através do golo de ouro. 13 golos marcados em toda a competição valeu à França o rótulo de Melhor Ataque. A Europa rendia-se ao futebol francês, numa clara afirmação do futebol dos bleus, dois anos após a conquista do Mundial.
Boas Apostas!