Kei Nishikori – Richard Gasquet (Roland Garros)
Parece karma. É o terceiro torneio consecutivo em que Kei Nishikori e Richard Gasquet se cruzam nos oitavos de final e tanto em Madrid como Roma foi o japonês a seguir em frente. Nishikori precisou de três horas e meia e cinco sets para ultrapassar Fernando Verdasco. Surpreendentemente, Gasquet desembaraçou-se de Nick Kyrgios em sets diretos. Veremos se a história entre os dois se repete ou o francês encontra forma de interromper o ciclo.
O jogo agressivo de Kei Nishikori é particularmente desgaste numa jogador que não é fisicamente imponente. E muitas vezes ele dá aquele ar de quem não pode com uma gata pelo rabo mas quem o vê regularmente jogar sabe que apesar do cansaço nunca devemos dá-lo por acabado. Este cenário voltou a ver-se ontem, em Roland Garros, no encontro da terceira ronda que opôs o japonês a Fernando Verdasco (6-3, 6-4, 3-6, 2-6, 6-4). Foram três horas e vinte e quatro minutos de encontro. O primeiro set começou com ambos os tenistas a cederem os seus jogos de serviço (os dois primeiros para o espanhol e um para Nishikori), sinal de algum nervosismo de parte a parte. No segundo foi o inverso. Começaram bem nos respetivos jogos de serviço mas entre o quinto e décimo foi um disparate de break e contra break. Pela parte do número seis mundial a confusão alastrou ao set seguinte, custando-lhe três breaks e a perda do mesmo. No quarto continuaram as quebras de serviço, desta feita exclusivamente da parte de Nishikori. Mas no derradeiro o japonês conseguiu reunir as suas forças e quebrou o serviço de Verdasco no quinto jogo. Foi tudo o que precisou para fechar, por fim, a partida a seu favor.
Em 2015 Kei Nishikori chegou até aos quartos de final, até agora a sua melhor participação no Major Parisiense. Esta temporada somou um título ao palmarés, frente a Taylor Fritz (6-4, 6-4), em Memphis. Esteve em duas outras finais mas saiu derrotado: em Miami por Djokovic (6-3, 6-3) e em Barcelona por Nadal (6-4, 7-5). Nos últimos quatro torneios em que participou foi, como mínimo, à meia-final – em Madrid em Roma, em ambas as ocasiões caiu vítima do número um mundial.
Richard Gasquet chega pela quinta vez na sua carreira aos oitavos de final do Major que se joga no seu país natal. Nunca ultrapassou este patamar. Em 2015 foi afastado pelo inevitável Djokovic (6-1, 6-2, 6-3) e agora tem pela frente aquele que nos últimos tempos se está a tornar numa espécie de besta negra do gaulês. Kei Nishikori afastou Gasquet das duas provas anteriores do circuito.
Gasquet enfrentou Thomaz Bellucci (6-1, 6-3, 6-4) e Bjorn Fratangelo (6-1, 7-6, 6-3) nas primeiras rondas mas esperava-se que sentisse maiores dificuldades na etapa seguinte. Um tanto surpreendentemente, o número doze do mundo só precisou de duas horas e um quarto para eliminar Nick Kyrgios (6-2, 7-6, 6-2). O jogador francês esteve bem e foi inteligente na forma de resolver alguns pontos. Foi particularmente importante ter sido capaz de vencer o segundo set no tie break já que o australiano tem um registo impressionante neste tipo de decisórias (ganhou catorze dos dezasseis que disputou). Mas ao longo da partida Kyrgios pareceu pouco empenhado, um pouco impaciente para resolver os pontos, como se não lhe apetecesse estar no court.
2016 | Masters de Roma | Nishikori | 2 | 6 | 6 | R16 |
Gasquet | 0 | 1 | 4 | |||
2016 | Masters de Madrid | Nishikori | 2 | 6 | 7 | R16 |
Gasquet | 0 | 4 | 5 | |||
2015 | Masters de Paris | Gasquet | 1 | 7 | 4 | R16 |
Nishikori | 0 | 6 | 1 |
Até este ano Nishikori nunca tinha conseguido levar a melhor sobre Gasquet. O francês continua a ter vantagem no histórico de confrontos (7-2) mas perdeu os dois últimos nos primeiros quinze dias do mês de maio. Pode ser que o cansaço acumulado prejudique o japonês – jogou quase o dobro das partidas do francês, nesta temporada – e ajude Gasquet a quebrar este ciclo.