Juan Martin del Potro – Novak Djokovic (ATP Masters Indian Wells)
À terceira ronda, a parte do quadro mais carregada de talento de Indian Wells presenteia-nos com um frente a frente entre Del Potro e Novak Djokovic. Os dois cruzaram-se há quase duas semanas em Acapulco, com o número dois mundial a levar a melhor de um encontro equilibrado. O sérvio, que venceu as três edições do torneio de enfiada, tem que defender os pontos conquistados no ano passado.
Nas quatro participações que teve em Indian Wells, Juan Martin del Potro conta dois quartos e final (2009 e 2012), uma semifinal (2011) e uma final (2013), na qual foi derrotado por Rafael Nadal, depois de ter ultrapassado por Murray e Djokovic nas rondas anteriores. Em 2016 ficou-se pela segunda ronda, caindo diante de Tomas Berdych (7-6, 6-2).
O argentino, agora trigésimo quinto do Ranking ATP, teve uma segunda parte da temporada de sonho em 2016, e quando está sem limitações físicas é capaz não só de bater qualquer adversário como de fazer pontos deliciosos, como ficou evidente na partida com Delbonis (7-6, 6-3). Claro que para se manter ao melhor nível ele sabe que tem que escolher criteriosamente os torneios que disputa, para não comprometer a sua condição física. Del Potro arrancou a temporada em Delray Beach e conseguiu chegar à meia-final, altura em que Milos Raonic (6-3, 7-6) lhe cortou a progressão. No mês seguinte a preparação para os Masters continuou no México, em Acapulco, e aí o argentino avançou até Novak Djokovic (4-6, 6-4, 6-4) lhe saiu ao caminho, na segunda ronda.
Na estreia em Indian Wells, Del Potro eliminou o compatriota Federico Delbonis (7-6, 6-3) em sets diretos. Mostrou desenvoltura e foi uma espécie de aquecimento para testar a potência do serviço.
Dos trinta títulos em eventos Masters 1000 que Novak Djokovic conquistou, cinco foram ganhos em Indian Wells. O registo do sérvio no torneio é de quarenta e oito vitórias e apenas seis derrotas. Ele é o primeiro a reconhecer que dá tanta importância à série 1000 como aos Grand Slams.
O sérvio tem pontos importantes a defender em Indian Wells, pelo triunfo do ano passado, mas também em toda a série dos Masters, pela mesma ordem de razões. Djokovic ainda anda à procura da sua melhor versão, de um novo equilíbrio entre as prioridades profissionais e familiares. Mas tem que o fazer em andamento. O sorteio ditou um alinhamento de pesadelo para a sua metade do quadro. Ao mesmo tempo, essa indefinição que se nota no seu jogo faz com que os adversários passem a entra em court sem aquela sensação de missão impossível. O ascendente psicológico nunca poderá ser suficientemente realçado. Kyle Edmund (4-6, 6-4, 6-4) não entregou aos pontos em nenhum momento. Apesar de ter perdido o primeiro set, agarrou as rédeas do segundo, aproveitando as oscilações de Djokovic. O britânico esteve a vencer por 5-2 no segundo parcial mas aí o número dois mundial puxou dos galões para se poupar a um terceiro set. Ainda não é aquele relógio suíço perfeitamente afinado na resposta ao serviço mas está lá. Na antevisão da terceira ronda os jornalistas só queriam fazer perguntas sobre a possibilidade de vingar a recente derrota frente a Kyrgios, que, se as coisas correrem de acordo com as probabilidades será o adversário da ronda seguinte. Mas Nole lembrou com propriedade que nos melhores momentos Del Potro está entre os melhores do mundo e que terá de se concentrar a sério para sobreviver ao embate com o argentino.
2017 | Acapulco | Djokovic | 2 | 4 | 6 | 6 | R16 |
Del Potro | 1 | 6 | 4 | 4 | |||
2016 | JO Rio de Janeiro | Del Potro | 2 | 7 | 7 | 1R | |
Djokovic | 0 | 6 | 6 |
Este será o décimo sétimo confronto entre Juan Martin del Potro e Novak Djokovic. O sérvio leva clara vantagem – doze triunfos contra quatro – mas o argentino conseguiu levar a melhor em momentos especiais. É ele o responsável por Djokovic não ter conquistado uma medalha olímpica, por exemplo.