12 técnicos em nove anos. Quem assume o cargo de seleccionador mexicano, tem que estar preparado para “caminhar sobre brasas” face à exigência tanto do povo quanto dos responsáveis pelo futebol daquele país. O seleccionador Juan Carlos Osorio já “resistiu” a uma goleada por sete bolas a zero diante do Chile, na edição Centenária da Copa América, e está a justificar o voto de confiança que lhe foi concedido neste Mundial 2018.
Nascido na Colômbia há 57 anos, Juan Carlos Osorio é um profundo conhecedor do futebol das zonas CONCACAF e CONMEBOL e simultaneamente um dos técnicos mais letrados de entre os que orientam seleções nesta fase final do Mundial da Rússia. Estudou nos Estados Unidos e em Inglaterra depois de ter terminado a carreira de forma precoce, aos 26 anos, devido a vários problemas com lesões. Em 2001, na segunda ocasião em que viajou para solo inglês depois de ter tirado o curso de Ciências do Desporto em Liverpool, Juan Carlos Osorio tornou-se preparador físico do Manchester City, posteriormente adjunto e regressaria ao país de origem em 2006, para orientar o Millonarios. É a partir de 2017 que se começa a desenhar a carreira de Juan Carlos Osorio na zona CONCACAF, ainda que não de forma ininterrupta, sublinhe-se – começou por orientar os Chicago Fire e mudou-se depois para os NY Red Bulls, emblema da cidade que o acolhera aquando da chegada aos Estados Unidos.
O atual técnico do México passaria pelo futebol do país na temporada 2010/11 para orientar o Puebla, experiência que durou apenas uma época, antes de treinador Once Caldas e Atlético Nacional no regresso ao solo “cafetero”. O São Paulo, em 2015, seria o último emblema treinado por Juan Carlos Osorio antes de abraçar o projeto proposto pelos responsáveis do futebol mexicano.
Ao leme de “La Tri”
Em condições normais – pelo menos olhando ao histórico -, Juan Carlos Osorio teria sido despedido logo após a sua primeira campanha na fase final de uma grande competição, neste caso, a Copa América 2016, prova em que saiu derrotado do embate com o Chile por sete bolas a zero. O cenário mais improvável confirmou-se e Osorio sobreviveu às “sete facadas no coração do povo mexicano”, guiando a equipa até às meias-finais da Taça das Confederações 2017, isto enquanto guiava a equipa rumo à fase final do campeonato do mundo, sem passar por grandes problemas. Na etapa de qualificação da zona CONCACAF, a seleção mexicana conquistou nove vitórias em dez jogos, falhando apenas na última jornada, diante das Honduras, desaire esse que até deixou a seleção dos Estados Unidos de fora do Mundial 2018.
Metódico, estudioso do jogo, adepto de processos simples na fase de construção e de um futebol vertical em que a competência tática não condiciona a criatividade individual, Juan Carlos Osorio foi o obreiro da primeira grande surpresa neste campeonato do mundo: a vitória mexicana no embate com a Alemanha por uma bola a zero. No segundo desafio, frente à Coreia do Sul, a equipa mexicana voltou a exibir-se a bom nível e venceu por duas bolas a uma, “escancarando” a porta dos oitavos-de-final. Em 49 jogos, Juan Carlos Osorio leva 33 vitórias e quer ampliar esse mesmo registo na fase final deste Mundial 2018. Depois do derradeiro encontro desta fase de grupos frente à Suécia, nos “oitavos”, Osorio terá uma tarefa difícil: fazer com que “La Tri” siga em frente, algo que não aconteceu nas últimas seis edições de campeonatos do mundo.
Boas Apostas!