Tomas Berdych – Milos Raonic (ATP Masters Indian Wells)

Milos Raonic, há mês e meio fora de competição, entrou bem no Masters de Indian Wells mas agora enfrentará oposição de outro calibre. Juntando as duas rondas anteriores o canadiano não passou mais de hora e meia em court, em parte devido à desistência de Tomic. Agora o teste será mais exigente. Tomas Berdych afastou Del Potro e Coric para chegar à quarta ronda.

Tomas Berdych teve a sua melhor prestação em Indian Wells há três anos, quando foi semifinalista. Em 2015 atingiu os quartos de final da prova. Altura em que chocou de frente com Federer (6-4, 6-0). O número sete mundial chegou à meia-final em Doha, onde foi barrado por Novak Djokovic (6-3, 7-6). No Open da Austrália caiu nos quartos de final, mais uma vez vítima de Federer (7-6, 6-2, 6-4) ou da sua aparente incapacidade em lidar com os líderes da hierarquia mundial. Até aí nada de novo. Mas nos dois torneios seguintes o checo teve um carrasco recorrente e inesperado. Nick Kyrgios tirou notas da derrota sofrida na terceira ronda do Major australiano e quando se viu novamente diante de Berdych tirou-lhe o tapete. Foi assim nos quartos de final do ATP do Dubai (6-4, 6-4) e na semifinal de Marseille (6-4, 6-2).

Neste edição de Indian Wells o checo teve que ultrapassar Juan Martin del Potro (7-4, 6-2) e Borna Coric (6-1, 7-6).

Milos Raonic começou 2016 em grande. Conquistou o título em Brisbane, vencendo Roger Federer na final por duplo 6-4 e seguiu em força para o Major Australiano. Em Melbourne Park o canadiano só caiu na semifinal, frente a Andy Murray (4-6, 7-5, 6-7, 6-4, 6-2). Nas rondas anteriores tinha levado a melhor sobre Stan Wawrinka (6-4, 6-3, 5-7, 4-6, 6-3) e Gael Monfils (6-3, 3-6, 6-3, 6-4). O duelo com o escocês esteve renhido, pelo menos até à altura em que as dores no adutor começaram a limitar seriamente os movimentos de Raonic. Desde então esteve sem competir. Os exames iniciais não conseguiram alcançar a dimensão da lesão, devido ao inchaço e inflamação. Mas posteriormente revelaram uma rutura considerável, a que se juntava também uma lesão no tendão. O período de recuperação teve que ser estendido e assim o gigante canadiano acabou por perder mês e meio de competição. Teve que retirar o seu nome de Acapulco e tentou até à última estar capaz de representar o Canadá na Taça Davis, no início deste mês, mas foi desaconselhado. A França acabou por vencer a contenda por 5-0.

As características físicas do tenistas (1,96m de altura e quase cem quilos de peso) têm-no deixado exposto a várias lesões e o ano passado foi exemplar nesse sentido. Milos diz que procura melhorar como tenista ao mesmo tempo que tenta encontrar o ponto de equilíbrio relativamente ao próprio corpo. Ou seja, tentar perceber até onde pode ir o esforço para treinar e jogar ao mais alto nível e quando passa a ser demais, arriscando ficar mais umas semanas fora do circuito.

Em Indian Wells Raonic tem vindo em crescendo. Chegou aos oitavos em 2013 e nos anos seguintes fez quartos e meia-final. Na edição passada teve a sua melhor prestação, só cedendo diante de Federer (7-5, 6-4). Seguindo a lógica, 2016 seria ano de chegar à final.

Até agora o canadiano teve uma passagem sossegada pelo Masters 1000 californiano. Iñigo Cervantes não foi adversário que causasse a mínima mossa e Milos Raonic desembaraçou-se dele em sets diretos (6-1, 6-3) em cinquenta e cinco minutos. Na terceira ronda beneficiou do agravamento da lesão no pulso de Bernard Tomic, que acabou por desistir no início do segundo parcial (6-2, 3-0). Ao todo, nas duas partidas, não passou mais de hora e meio em court. Mesmo com a fraca oposição não deixou de mostrar que estava na máxima força.

Berdych e Raonic estão empatados nos confrontos diretos: três para cada lado.