The Strongest – São Paulo (Taça Libertadores)
“Vexame” foi o termo mais utilizado pela imprensa brasileira para caraterizar o encontro que assinalou a estreia na fase de grupos da Libertadores 2016. A derrota na receção ao The Strongest (0-1) constituiu uma grande desilusão para os adeptos do tricolor paulista, que acalentam expectativas elevadas sob as ordens de Edgardo Bauza na prova mais importante da América do Sul. O acesso à próxima fase da Libertadores joga-se a 3 600 metros de altitude, em La Paz, capital da Bolívia.
“Prefiro defrontar um adversário argentino que enfrentar a altitude”. As palavras são de Giuliano, médio do Grémio, equipa que garantiu o acesso aos oitavos-de-final da Libertadores e aguarda o desfecho da jornada para conhecer o adversário com o qual vai medir forças. O The Strongest continua na luta pelo acesso à fase seguinte do torneio, equipa que usa a altitude como um trunfo para as campanhas na prova continental. Com o estádio que lhe serve de casa situado a mais de 3 600 metros de altitude, os adversários que se deslocam a La Paz, na Bolívia, costumam sentir muitas dificuldades. A influência da altitude é grande e deve ser tida em consideração. A título de exemplo, a quantidade de oxigénio é inferior em 36% comparativamente a um estádio que se situe perto do nível do mar.
Na antecâmara desta autêntica final diante do São Paulo, registou-se uma alteração no comando técnico da formação do The Strongest. Mauricio Soria foi demitido no sábado devido a problemas do foro interno e Sergio Oscar Luna assumiu o seu lugar a título interino, tendo orientado a equipa no último compromisso do campeonato boliviano frente ao Ciclón (4-2). A direção assegurou a contratação de César Farías, treinador que provavelmente não estará no banco de suplentes diante do São Paulo, até porque ainda não trabalhou com a equipa.
O The Strongest conquistou quatro pontos nos dois jogos que disputou em casa. Além de ter vencido o Trujillanos (2-1), impôs uma igualdade a uma bola na receção ao River Plate, emblema que ostenta o título de campeão continental.
Onze Provável: Daniel Vaca, Diego Bejarano, Ballivián, Luis Marteli, Luis Maldonado, Pablo Escobar, Mariano Torres, Walter Veizaga, Ernesto Cristaldo, Rodrigo Ramallo, Matías Alonso
Teste de grande exigência para o São Paulo, que precisa de pontuar na deslocação a La Paz para assegurar o apuramento para os oitavos-de-final da Libertadores. A avaliar por aquilo que Edgardo Bauza ensaiou nas últimas sessões de treino, tudo indica que o São Paulo se prepara para adoptar uma estratégia algo conservadora. A equipa não está preparada do ponto de vista físico para enfrentar a altitude de La Paz e perspetivam-se muitas dificuldades para o “tricolor paulista”. A imprensa brasileira revela que Bauza tem dado especial atenção ao trabalho da movimentação defensiva, apostando simultaneamente no reforço em termos de marcação. Ciente das dificuldades que poderá enfrentar, o São Paulo sabe que conquistar o ponto que permite seguir em frente já será positivo. Depois do “rugido” frente ao campeão River Plate (2-1), os adeptos esperam que a equipa volte a ter sucesso na derradeira ronda da fase de grupos, à imagem do que aconteceu em 2013 e 2015.
Eliminado pelo Audax nos quartos-de-final do Paulistão 2016, o São Paulo está obrigado a dar uma resposta nesta partida.
Onze Provável: Denis, Bruno, Maicon, Rodrigo Caio, Mena; Hudson, Thiago Mendes, Wesley, Michel Bastos, Ganso; Calleri
Apesar de todas as contrariedades que jogar em La Paz acarreta, há dois resultados que servem os interesses do São Paulo. O São Paulo está habituado a lidar com a pressão na derradeira ronda da Libertadores e tem vindo a dar-se bem com isso. Edgardo Bauza, técnico que venceu a competição recentemente com o San Lorenzo, parece ter a fórmula para sair de La Paz com um resultado positivo. Embora as casas de apostas considerem que o favoritismo está do lado do The Strongest, o São Paulo tem condições para assegurar a passagem.