Stan Wawrinka – Marin Cilic (Roland Garros)
Marin Cilic beneficiou da desistência de Kevin Anderson para marcar encontro com Stan Wawrinka nos quartos de final de Roland Garros. É a primeira vez que o croata chega a este patamar no Major parisiense. Frente a frente estarão dois tenistas que se intrometeram no clube restrito de vencedores de provas do Grand Slam. O suíço tem um percurso irrepreensível até ao momento, sem ceder um único set e a jogar de forma autoritária.
Até aterrar em Paris a temporada de terra batida de Stan Wawrinka não estava a ser especialmente memorável. Teve passagens discretas por Monte Carlo (oitavos de final, perdeu com Pablo Cuevas: 6-4, 6-4), Madrid (caiu à primeira frente a Benoit Paire: 7-5, 4-6, 6-2) e Roma (eliminado, mais uma vez nos oitavos de final, desta feita por John Isner: 7-6, 6-4). Mas depois o suíço revalidou o título em casa, vencendo na final do ATP de Genebra Mischa Zverev (4-6, 6-3, 6-3), e parece um homem novo. Tem estado intratável desde que se estreou no Major parisiense, como ainda não o tínhamos esta temporada. Wawrinka ainda não cedeu um set e já teve que superar quatro tie breaks. Nas duas últimas rondas, frente a adversários – Fabio Fognini (7-6, 6-0, 6-2) e Gael Monfils (7-5, 7-6, 6-2) – que podiam complicar-lhe bastante a vida, o número três mundial impressionou nos momentos decisivos.
Não podemos esquecer que nas últimas três temporadas Stan Wawrinka tem, paulatinamente, conquistado um torneio do Grand Slam por ano. Começou com o Open da Austrália, em 2014, seguiu-se Roland Garros – quando tirou o pão da boca sedenta de Novak Djokovic – e no ano passado conquistou também o Open dos Estados Unidos. Falta-lhe Wimbledon para completar o Grand Slam de carreira, o que não significa que o Major parisiense já não lhe enche as medidas.
Em 2016 o suíço ficou pela meia-final, afastado por Andy Murray, partida que pode ter reedição se ambos superarem o próximo teste. Wawrinka é um tenista talentosíssimo, que quando chega às fases finais dos grandes palcos se torna especialmente perigoso.
Marin Cilic também integra o grupo altamente restrito de tenistas no ativo que venceram provas do Grand Slam durante a era de Federer, Nadal, Djokovic e Murray. Além do croata e do suíço que se enfrentam nesta ronda só falta Del Potro para completar o círculo. A conquista maior da carreira do agora número oito mundial aconteceu em 2014, no Open dos Estados Unidos. A dificuldade do croata sempre foi a consistência mas a qualidade inegável está lá. E quando as coisas lhe começam a correr bem pode tornar-se uma ameaça séria. À exceção do Masters de Madrid, em que caiu prematuramente à primeira tentativa, frente a Alexander Zverev (6-7, 6-3, 6-4), Cilic foi até aos quartos de final ou além nos restantes eventos de terá batida em que participou. Conquistou o título no ATP de Istambul, frente a Milos Raonic (7-6, 6-3) e foi eliminado nos quartos de Monte Carlo e Roma, às mãos de Albert Ramos Vinolas (6-2, 6-7, 6-2) e John Isner (7-6, 2-6, 7-6), respetivamente.
A prova mais dura de ultrapassar durante a progressão em Paris foi Feliciano López (6-1, 6-3, 6-3), na terceira ronda. Nos oitavos o croata beneficiou da desistência de Kevin Anderson (6-3, 3-0) devido a lesão, quando já ia embalado para ficar com dois sets à maior.
2016 | World Tour Finals | Wawrinka | 2 | 7 | 7 | ||
Cilic | 0 | 6 | 6 | ||||
2016 | ATP de Genebra | Wawrinka | 2 | 6 | 7 | F | |
Cilic | 0 | 4 | 6 | ||||
2015 | Masters de Xangai | Wawrinka | 2 | 7 | 6 | 6 | R16 |
Cilic | 1 | 5 | 7 | 4 |
Wawrinka venceu onze dos treze confrontos que teve com Cilic. É preciso recuar ao inicia de 2010, em Melbourne, para encontrar o último registo favorável ao croata.