Stan Wawrinka – Alexander Zverev (ATP Masters Miami)
O primeiro cabeça de série do Masters de Miami soma e segue para os oitavos de final sem ter ainda cedido qualquer parcial. Stan Wawrinka, que não se dá particularmente bem com o sol norte-americano, está a jogar ao seu melhor nível. Irá defrontar Alexander Zverev, continuamente referido como talento da Next Generation mas que é já um talento certo. O alemão venceu o único duelo entre ambos, em São Petersburgo, para conquistar o seu primeiro título ATP.
Stan Wawrinka não costuma fazer grandes resultados nos dois Masters 1000 norte-americanos. Até esta época, a melhor prestação que conseguiu em Miami tinha sido os oitavos de final em 2009 e 2014, eliminado por Nadal e Dolgopolov, respetivamente. Em 2016 caiu na segunda ronda, vítima do russo Andrey Kuznetsov (6-4, 6-3). Mas este ano está a ser atípico. O suíço, número três mundial, foi pela primeira vez à final em Indian Wells, que perdeu para o compatriota Roger Federer (6-4, 7-5). E até ao momento tem apresentado a sua melhor versão – poderoso e concentrado – para progredir na Florida. Pode-se sempre dizer que o facto de não ter concorrência à altura ajuda. É um facto que Wawrinka é o primeiro cabeça de série do torneio, graças às ausências de Murray e Djokovic, e que do seu lado do quadro Dominic Thiem era o único tenista dentro do top-20 que lhe podia atravessar o caminho até à final e o austríaco já não está em prova. Tudo isso é verdade mas se formos justos para com o suíço, não é frente aos adversários difíceis que ele tem o hábito de fraquejar, é precisamente quando parece fácil. Horacio Zeballos e Malek Jaziri foram despachados com o mesmo resultado no marcador: 6-3, 6-4. Wawrinka não precisou de mais do que uma hora e dez para despachar o tunisino que sofreu uma quebra de serviço em cada set. Do outro lado, o suíço defendeu seis pontos de break, quatro dos quais no oitavo jogo do segundo parcial que poderia ter reposto a igualdade.
Alexander Zverev joga aqui a possibilidade de chegar, pela primeira vez, aos quartos de final de um Masters 1000. Aos dezanove anos, e apesar de muitos ainda se continuarem a referir a ele como talento da Next Generation, que o é, o alemão é também já um valor certo no mundo dos crescidos. Ocupa o vigésimo posto da hierarquia e conta com dois títulos de carreira em singulares. Curiosamente, o primeiro foi ganho frente a Wawrinka, no ano passado em São Petersburgo.
Nas duas anteriores participações em Miami, Zverev ficou-se pela segunda ronda, afastado por Rosol em 2015 e por Steve Jonhson na época transata. Desta vez o primeiro obstáculo foi Yen-Hsun Lu (6-0, 6-3), que não representou grande desafio. Mas na ronda seguinte, o duelo com John Isner foi disputado até ao fim (6-7, 7-6, 7-6). A partida durou mais do dobro da de Wawrinka e só o último parcial prolongou-se por sessenta minutos. Todos os sets foram decididos em tie break e Alexander Zverev teve que defender três match points para se manter em prova. É o que dá quando estão frente a frente dois grandes serviços.
Em Indian Wells o germânico caiu precisamente nos oitavos, às mãos de Nick Kyrgios (6-3, 6-4). A diferença de idades entre ambos é curta mas percebeu-se nesse dia que havia uma separação clara no que respeita à experiência dos grandes momentos.
2016 | São Petersburgo | Zverev | 2 | 6 | 3 | 7 | F |
Wawrinka | 1 | 2 | 6 | 5 |
Zverev venceu o único confronto que teve até hoje com Wawrinka (6-2, 3-6, 7-5). E esse trinfo, em São Petersburgo, no ano passado, valeu-lhe o segundo título de carreira. O suíço vinha embalado de conquistar o terceiro Grand Slam da sua carreira, no Open dos Estados Unidos, e foi surpreendido pelo jovem alemão.