Roger Federer – Novak Djokovic (Final ATP de Cincinnati)
Roger Federer está novamente na final do ATP de Cincinnati. O tenista suíço chega à decisão do torneio pela quinta vez, sendo que nas quatro torneios em que chegou à última fase acabou sempre por erguer o troféu. Na final, ele enfrenta um dos tenistas que mais lhe têm provocado problemas nos últimos anos: o sérvio Novak Djokovic. Este é o 28º embate entre os dois atletas, tendo o número um mundial uma vantagem de 15 vitórias e 12 desaires.
O primeiro embate entre eles aconteceu no longínquo ano de 2006, em Monte Carlo, com Federer a conseguir a primeira vitória de quatro consecutivas. A marca apenas viria a ser quebrada em 2007, com o ainda jovem tenista a surpreender o atleta suíço em três sets no piso rápido de Montreal. Depois de nova vitória de Federer, Djokovic acabaria por arrecadar uma das vitórias mais surpreendentes da sua carreira, vencendo Federer no Open da Austrália e partindo para o seu primeiro título de um Grand Slam. A partir dessa data foi um head-to-head bem mais equilibrado, com os dois atletas a alternarem os triunfos. De todos, destaque para as vitórias de Djokovic no Open dos Estados Unidos (2010 e 2011), em Roland Garros (2012) e no Open da Austrália novamente (2011). Já as principais vitórias de Federer aconteceram em Roland Garros (2011) e em Wimbledon (2012). Se olharmos apenas para os confrontos entre ambos no piso rápido, o mesmo piso da final de Cincinnati, o saldo entre eles diminui ligeiramente mas mesmo assim continua a favor do suíço, com 11 triunfos e oito derrotas.
O histórico de Roger Federer em Cincinnati é invejável. Foi campeão por quatro vezes (2005, 2007, 2009 e 2010), tendo ainda atingido os quartos-de-final o ano passado. Ao todo, são 25 triunfos e apenas sete derrotas, num torneio em que o suíço já participa desde 2000, quando tinha apenas 19 anos. Mas este jogo tem mais relevância para o tenista de Basileia do que um simples troféu. Ele sabe que aqui poderá estar uma excelente ajuda para o resto da temporada. Mais do que a diferença pontual (Djokovic atinge a final e por isso também irá ganhar bastantes pontos), o jogo de hoje poderá ajudar bastante em termos anímicos. Depois da lesão de Rafael Nadal, ficou bem claro que vão ser estes os dois tenistas a disputar entre si a liderança do ranking até final da temporada. Portanto, um triunfo aqui poderá embalar o suíço para um final de ano mais confiante, que poderá fazer a diferença num possível duelo entre os dois no Open dos Estados Unidis ou no Masters de Londres.
Por outro lado, Novak Djokovic não quer perder uma excelente oportunidade de conquistar o ATP de Cincinnati pela primeira vez. Ele já foi parado na final em três ocasiões e esta é uma boa chance para quebrar esse enguiço. Além da motivação por jogar frente a Federer e vingar a derrota na meia-final de Wimbledon, Djokovic pretende manter a sua série de 15 vitórias consecutivos em piso rápido, que começou a semana passada em Toronto.
O duelo de hoje é muito mais do que um jogo e começa já a ser um clássico do ténis mundial. Por isso, vejamos aqui alguns dados interessantes sobre os dois tenistas:
- Caso vença, Roger Federer iguala Rafael Nadal no número de conquistas em torneios de nível 1000, com 21.
- Djokovic jamais venceu em Cincinnati e perdeu em três finais do torneio norte-americano. Em todas elas, jamais venceu um set sequer.
- Esta é a segunda final entre ambos em Cincinnati. A primeira foi vencida pelo suíço por 6/1 e 7/5.
- Apesar de Federer liderar o confronto direto entre ambos, Djokovic venceu os últimos quatro duelos disputados em piso rápido.
- Federer já não vence um duelo ao sérvio em hard courts desde 2010, em Londres.
- Nas suas quatro finais em Cincinnati, Roger Federer perdeu apenas um set.
- Roger Federer jamais enfrentou um número dois do mundo em finais de torneios de Cincinnati.
- Nenhum dos dois tenistas perdeu qualquer set este ano em Cincinnati
Tendo em conta todos estes dados, podemos retirar algumas conclusões. A primeira delas é que, apesar de Roger Federer ter vantagem no confronto direto, o sérvio parece claramente mais forte em courts de piso rápido, principalmente a partir do momento que passou a ser um dos principais tenistas mundiais. Contudo, Djokovic já leva 15 jogos consecutivos em piso rápido, enquanto Federer descansou durante a semana passada. Este fator pode ser determinante num duelo que será jogado mais cedo do que o habitual e onde o sol forte poderá provocar algum desgaste extra.
Grande parte do duelo será baseado no serviço do suíço e na capacidade que Djokovic deverá ter de fazer com que a sua direita descruzada faça moça na esquerda do suíço. Caso Federer dê oportunidade ao sérvio de alongar as trocas de bolas e fugir às esquerda, o jogo poderá complicar-se para o lider do ranking. Ainda por cima, não podemos esquecer a motivação extra do tenista de Belgrado: ele perdeu o último duelo entre ambos e neste género de situações Djokovic costuma complicar ainda mais a vida ao seu oponente. Que o diga Juan Martin Del Potro.