Rafael Nadal – Fabio Fognini (ATP Masters Miami)
Rafa está a um passo de garantir a sua terceira final da temporada. Para isso terá que mostrar em court o seu melhor ténis. Nadal e Fognini são velhos conhecidos e o espanhol sabe que o italiano é um adversário complicado que mexe com os nervos de qualquer um, até do próprio. Fabio Fognini não facilitou diante da limitação física de Nishikori e alcançou assim a sua segunda meia-final num Masters 1000.
Rafael Nadal nunca venceu o Open de Miami, apesar de ter sido quatro vezes finalista (2005, 2008, 2011 e 2014). Sentir que está a um passo de garantir a terceira final da temporada deve ser um enorme alento para o espanhol. Pode ser que à terceira seja de vez e rompa o enguiço. No Open da Austrália perdeu o título para Roger Federer (6-4, 3-6, 6-1, 3-6, 6-3) e no México Open foi derrotado por Sam Querrey (6-3, 7-6).
Com a saída de cena de Nishikori, que defendia em Miami os pontos relativos ao jogo do título da edição do ano passado, Nadal, que é agora número sete mundial, deve dar entrada no top-5 na próxima revisão do ranking ATP.
À parte o apagão monumental no primeiro set frente a Philipp Kholschreiber (0-6, 6-2, 6-3), o tenista espanhol tem estado muito forte e consistente na campanha em Key Biscane. Dudi Sela (6-3, 6-4), Nicholas Mahut (6-4, 7-6) e Jack Sock (6-2, 6-3) foram despachados em sets diretos. E mesmo frente ao alemão, depois daquele arranque desastroso, a reação não se fez esperar. Nos quartos de final Rafael Nadal não deu a menor hipótese ao norte-americano. Salvou seis dos sete pontos de break que enfrentou e foi muito incisivo a aproveitar todas as oportunidades para se distanciar do opositor.
Fabio Fognini chega pela segunda vez na carreira a uma semifinal de um Masters 1000. A primeira tinha acontecido em 2013, em Monte Carlo, onde só parou quando bateu de frente com Novak Djokovic (6-2, 6-1). Desde que chegou à Florida, o italiano foi avançando paulatinamente, sem alarido, às custas de Ryan Harrison (6-4, 7-5), João Sousa (6-4, 7-5), Jerémy Chardy (3-6, 6-4, 6-4) e Donald Young (6-0, 6-4), até ao embate com Kei Nishikori (6-4, 6-2). Desde o início da partida se percebeu que o japonês não estava a cem por cento mas noutras ocasiões ele já mostrou ser capaz de reação quando muito está de rastos. Mas cansaço é uma coisa, uma lesão é outra. O problema na perna esquerda, seja ele muscular ou da articulação do joelho, deixou Nishikori preso de movimentos e sem conseguir colocar peso nas pancadas. A percentagem de pontos ganhos com o primeiro serviço, por exemplo, caiu dos cinquenta e dois por cento no primeiro parcial para os vinte e nove no segundo. Ninguém resiste a valores destes.
Fabio Fognini, agora quadragésimo da hierarquia, é capaz do melhor e do pior em court, dependendo de para onde incida o vento. No duelo com Nishikori ele manteve muito centrada e sem disparates que normalmente distraem o adversário mas também o próprio. Veremos se isso se mantém frente a Nadal.
2016 | Barcelona | Nadal | 2 | 6 | 7 | QF | |||
Fognini | 0 | 2 | 6 | ||||||
2015 | Pequim | Nadal | 2 | 7 | 6 | SF | |||
Fognini | 0 | 5 | 3 | ||||||
2015 | US Open | Fognini | 3 | 3 | 4 | 6 | 6 | 6 | 3R |
Nadal | 2 | 6 | 6 | 4 | 3 | 4 |
Rafael Nadal venceu sete dos dez confrontos que teve com Fabio Fognini, incluindo os dois mais recentes, em Pequim e Barcelona. 2015 foi o ano de maior sucesso para o italiano nesta rivalidade, uma período em que Rafa estava a passar por dificuldades e se viu anulado por Fognini na sua superfície de eleição, a terra batida, na meia-final do Rio de Janeiro e em Barcelona.