Portugal – Suécia (Amigável de Selecções)
Dezasseis anos depois, a seleção portuguesa volta a jogar na Madeira e a lotação está esgotada há muito. Por mais que os jornalistas insistissem em direcionar a conversa para o clássico de sábado, Fernando Santos não desarma e diz que para ele os jogos amigáveis são como os outros: para levar com máxima seriedade. Janne Andersson diz que está motivado para defrontar uma das melhores seleções do mundo e confirma que Lindelof não será utilizado.
Portugal venceu a Hungria (3-0) no sábado ao final da tarde e reforçou assim o segundo lugar do Grupo A, com doze pontos, já a cinco dos húngaros, que são terceiros. Depois do percalço inicial frente à Suíça, que pode muito bem custar-nos o apuramento direto, o campeão europeu voltou às vitórias. A seleção portuguesa goleou Andorra e Ilhas Faroé, ambas com meia-dúzia de golos sem resposta, e impôs-se à Letónia (4-1) com naturalidade, antes do compromisso com a Hungria.
O triunfo de sábado trouxe uns apontamentos muito positivos. Não sei se é só comigo, mas ainda não me conseguiu habituar a ter uma seleção eficaz. Os húngaros surpreenderam com o desenho tático apresentado no Estádio da Luz, um 3-4-1-2, e Portugal passou a primeira meia-hora a procurar entender e adaptar-se. Com cabeça e sem pressas. Cristiano Ronaldo percebeu que tinha que recuar para arrastar consigo as marcações e com grande visão de jogo entregou para Raphael Guerreiro, que descobriu André Silva solto ao segundo poste. Estava aberto o marcador. Quatro minutos depois foi a vez do avançado do FC Porto assistir o capitão da equipa das Quinas, que fez um remate colocadíssimo. O terceiro, já no segundo tempo, seria também do madeirense, de livre. Os dois golos que Cristiano marcou no sábado são daqueles que só ele e poucos mais conseguem fazer. A parceria que está a surgir entre André Silva e Ronaldo é algo de muito especial. Porque proporciona a CR7 um apoio, bastante disponível fisicamente, que o complementa e alivia o fardo de carregar a equipa às costas.
Fernando Santos sempre disse que para ele não há amigáveis. Todos os jogos são a sério mesmo quando é preciso testar soluções alternativas e gerir a utilização dos jogadores. Não porque há um clássico que aparentemente ninguém consegue esquecer, mas porque os que não foram utilizados têm que sentir que são opção. É natural que neste regresso à Madeira, onde a seleção não jogava há dezasseis anos, o selecionador dê minutos a elementos menos utilizados. Claro que Cristiano vai a jogo, ainda que possa sair mais cedo, porque é para o ver que as bancadas se vão encher, mas jogadores com Nelson Semedo, Pizzi, Danilo, Bernardo Silva e Renato Sanches devem estar ansiosos por minutos.
Onze Provável: Patrício – Nelson Semedo, Pepe, Fonte, Guerreiro – Bernardo Silva, Pizzi, Danilo, João Mário – André Silva, Cristiano Ronaldo.
A Suécia marcou dez golos sem conceder nos últimos dois jogos. Um deles foi amigável, em janeiro passado, frente à Eslováquia (6-0). Mas o outro, o de sábado passado, foi respeitante à qualificação para o Mundial, em Estocolmo, diante da Bielorrússia (4-0). Emil Forsberg abriu o marcador de penálti aos dezanove minutos e foi dele o segundo, mesmo a abrir a segunda parte. Marcus Berg e Isaac Thelin, este último vindo do banco, fizeram os restantes. Com este resultado a equipa nórdica segue no segundo lugar do Grupo A, com dez pontos, atrás da França (treze). Os dois próximos compromissos serão decisivos: em junho a Suécia recebe a formação gaulesa e em setembro é a vez de ir à Bulgária, a terceira classificada neste momento.
Com vista a esses desafios complicados, nada melhor do que fazer um jogo de preparação com um adversário de alto nível, como é Portugal. Esse é o pensamento de Janne Andersson. O selecionador confirmou esta sexta-feira que Victor Lindelof não será utilizado no encontro de sábado. O central benfiquista tinha-se lesionado sem gravidade no tornozelo durante um dos treinos da seleção mas mesmo assim não foi dispensado e seguiu para a Madeira com a comitiva. Os Encarnados insistiram bastante, por receio que a sua utilização pudesse piorar o problema e impedi-lo de ir a jogo no clássico.
Onze Provável: Olsen – Lustig, Jansson, Granqvist, Ausgustinsson – Drmaz, Holjemark, Ekdal, Forsberg – Berg, Toivonen.
Suécia
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2-3 |
Portugal
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Mundial 2014 (Q) UEFA
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Portugal
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1-0 |
Suécia
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Mundial 2014 (Q) UEFA
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Portugal venceu os dois últimos confrontos com a Suécia, ambos no play-off para o Mundial 2014, tornando-se assim responsável pela ausência dos nórdicos da fase final, no Brasil. É preciso recuar até 84 para encontrar a última vitória dos suecos sobre a seleção das Quinas.