Pallacanestro Varese – SL Benfica (FIBA Champions League)
Grande exibição das equipas portuguesas na primeira mão da eliminatória de acesso aos grupos da FIBA Champions League, a nova prova do basquetebol europeu. Enquanto o FC Porto vai com apenas dois pontos de desvantagem até à Lituânia, o Benfica viaja para Varese com três pontos de desvantagem. Ambas as equipas acreditam que tudo é possível, sendo que isso será, para começar, o mais admirável do balanço da noite de terça-feira. As equipas portuguesas comportaram-se ao melhor nível e podem mesmo sonhar com o acesso a uma prova bastante exigente e com adversários de nível muito alto.
O Pallacanestro Varese não esteve ao nível esperado na sua visita ao Pavilhão da Luz, tendo permitido ao SL Benfica o sonho de poder seguir em frente na FIBA Champions League. A excelente réplica que os jogadores do clube português deram a um conjunto que tem no seu plantel dois atletas que já passaram pela NBA e muito mais experiência internacional, reflete-se nos números do encontros, com superioridade nos ressaltos, sobretudo na tabela encarnada, e também uma melhor prestação no que toca aos lançamentos livres. Da parte da equipa italiana, o facto de ter cometido menos erros no lançamento, quer de dois pontos, quer nos triplos, e a capacidade para perder menos vezes a bola acabaram por fazer a diferença no resultado final. Ainda assim, os três pontos que separam as duas equipas são perfeitamente acessíveis à equipa encarnada, se esta voltar a fazer um jogo perto da perfeição. Não é fácil.
Os dois jogadores com passado de NBA do Pallacanestro Varese confirmaram aquilo que se esperava, embora Eric Maynor possa a ver ser mais decisivo no conjunto italiano dentro de algumas semanas. Em Lisboa, acabou por ser Christian Eyenga o mais difícil de parar e, ao cometer cinco faltas, acabou por permitir ao Benfica respirar um pouco mais. O.D. Anosike esteve também muito forte a nível do ressalto, enquanto Melvin Johnson, a fazer a sua estreia como profissional em jogos oficiais, precisará de ganhar consistência para confirmar todo o potencial que lhe é reconhecido. Luca Campani também terá estado um pouco aquém das suas capacidades, pelo que deverá ter que haver algum cuidado com o que este italiano pode fazer no final da tarde de quinta-feira.
Para o Benfica, a boa exibição de Damian Hollis, com 11 pontos e 10 ressaltos, terá que ser complementada com maior acerto no momento do lançamento. O internacional húngaro de origem norte-americana é um grande reforço, conhece o adversário e poderá ser uma das melhores forças dos encarnados para atacar em Varese. Raven Barber também esteve muito bem no ressalto, enquanto Carlos Morais precisa de afinar a pontaria a partir dos três pontos. Carlos Andrade comprovou que os anos não são impedimento para continuar a fazer boas exibições, enquanto, a partir do banco, João Soares terá sido o jogador mais certeiro, com Derek Raivio a beneficiar de minutos para tentar acelerar a sua recuperação e inserção na equipa como boa aposta para o lançamento exterior.
Como se costuma dizer, para este jogo, o Benfica precisa de heróis, de maneira a cumprir com uma autêntica surpresa e bater um adversário que em todos os aspetos teóricos parece mais forte.