Novak Djokovic – Tomas Berdych (Roland Garros)
A passagem aos quartos de final destes dois foi tirada a ferros. Em parte pelos encontros em si mas sobretudo pela chuva, que obrigou a que as partidas se fizessem às pinguinhas. Novak Djokovic precisou de três horas e um quarto, distribuídas por dois dias, para eliminar Bautista Agut. O embate de Tomas Berdych também sofreu interrupção mas o checo beneficiou de uma prestação abaixo do habitual de David Ferrer para se apurar de em sets diretos.
Nas primeiras três rondas Novak Djokovic não deslumbrou mas também o nível dos opositores não o exigia. Lu (6-5, 6-2, 6-1), Darcis (7-5, 6-3, 6-4) e Bedene (6-2, 6-3, 6-3) foram despachados em três sets, com o número um mundial a fazer apenas serviços mínimos. Isso não significa nada. Já vimos o sérvio fazer o mesmo vezes sem conta, é a vantagem ou desvantagem de se estar num nível muito acima à maior parte dos adversários.
A jornada de segunda-feira foi adiada por inteiro, devido à forte chuva que caia em Roland Garros. Por estes dias há inundações em vários locais de França e o único Grand Slam que resiste a implementar uma estrutura que o torne menos exposto à meteorologia ficou em suspenso. Com tudo o caos que implica refazer o calendário de trinta e dois confrontos diários, incluindo singulares masculinos e femininos, seniores e juvenis, assim como partidas de pares.
O duelo dos oitavos de final, que opunha Djokovic a Bautista Agut arrancou com um dia de atraso e desde o primeiro minuto foi notório que o líder do ranking não estava confortável. As condições do court eram as esperadas: molhado, pesado e lento. Os winners eram uma raridade. Começamos a ver Nole a massajar a zona cervical, puxar a gola do polo para cima e até aproveitar para aconchegar o pescoço com a toalha, sempre que se sentava. Do outro lado, o espanhol não se fazia rogado e aproveitou para reclamar o primeiro set para o seu lado. Esperava-se que Djokovic pedisse os serviços do fisioterapeuta mas acabou por ser Bautista Agut a fazê-lo, devido a bolhas no pé. O segundo set foi muito confuso. Os primeiros jogos caíram para o lado de quem servia mas com os jogos de serviço do espanhol a serem decididos nas vantagens e os do sérvio por 40-0. Havia uma inversão nítida do ascendente. Ao sexto jogo Bautista Agut sofre a primeira quebra e a partir daí os jogos foram ganhos no serviço do adversário, para os dois lados. Djokovic vencia o terceiro parcial por 3-1 quando a partida foi suspensa. Só viria a ser retomada no dia seguinte e o sérvio quebrou o saque de Agut logo à primeira, colocando-se na liderança por dois sets a um. No derradeiro os dois seguiram taco a taco, com direito a break e contra-break, até o espanhol ceder no seu sexto jogo de serviço (3-6, 6-4, 6-1, 7-5). Foi tirada a ferros mas já está. Novak Djokovic continua na perseguição do título que lhe falta para completar o Grand Slam de Carreira.
Tomas Berdych igualou o seu melhor resultado em Roland Garros. Há dois anos também alcançou os quartos de final, tendo caído vítima de Ernests Gulbis. Em 2015 ficou-se pala etapa anterior, derrotado em quatro sets por Tsonga.
Desta feita a progressão tem sido razoavelmente tranquila. É certo que Jaziri (6-1, 2-6, 6-2, 6-4) e Cuevas (4-6, 6-3, 6-2, 7-5) forçaram um quarto set, mas não foi nada que suscite apreensão ao número oito mundial. Esperava-se que o checo sentisse maiores dificuldades diante de David Ferrer, nos oitavos de final, até porque o espanhol tinha sido uma espécie de besta negra de Berdych em tempos recentes. Mas Ferrer mostrou estar longe do seu melhor, sendo evidentemente bastante prejudicado pelas condições pesadas do court. O encontro também foi interrompido mas estava ainda numa fase muito embrionária, com o espanhol a vencer por dois jogos a um, no primeiro set. Berdych apostou em serviços potentes e venceu em sets diretos de forma bastante autoritária, sem ceder um único jogo de serviço (6-3, 7-5, 6-3).
2016 | Miami | Djokovic | 2 | 6 | 6 | QF |
Berdych | 0 | 3 | 3 | |||
2016 | Doha | Djokovic | 2 | 6 | 7 | SF |
Berdych | 0 | 3 | 6 | |||
2015 | World Tour Finals | Djokovic | 2 | 6 | 7 | |
Berdych | 0 | 3 | 5 |
O registo de confrontos é claramente desequilibrado: Djokovic venceu vinte e três vezes, Berdych apenas duas. O número um mundial levou a melhor nos últimos seis, de forma consecutiva.