Novak Djokovic – Andy Murray (Roland Garros)
Depois de uma das partidas mais significativas da sua carreira, Novak Djokovic tem que voltar à carga. Vencer Nadal não lhe atribuiu automaticamente o título há tanto esperado mas deixou o sérvio muito mais perto. Ao caminho sai-lhe agora Andy Murray e o britânico também vislumbra a possibilidade do terceiro título num Grand Slam. À data, ambos estão imbatíveis em terra batida, em 2015, exatamente com o mesmo registo de triunfos: quinze. Esta edição do Roland Garros está a ser pródiga em finais antes de chegarmos à propriamente dita.
Só há um cenário possível para que a final de Roland Garros deste ano não seja um flop em termos de narrativa. Se for entre Novak e Tsonga, porque aí teremos o momento da carreira dos dois intervenientes e será um episódio registado na memória coletiva da modalidade. Menos que isso, será um anti-clímax, depois das duas verdadeiras finais antecipadas que Novak Djokovic terá disputado antes. Não me refiro à qualidade do ténis, essa está garantida, mas à intensidade com que será disputada.
Dito isto, ontem, 3 de junho, dia em que Rafa Nadal cumpria vinte e nove anos, o número um do mundo conseguiu, finalmente, ultrapassar o espanhol, no seu caminho para o único título de um Major que lhe tem escapado (7-5, 6-3, 6-1). Os dois primeiros sets estiveram à altura do momento. Intensos, dramáticos, com erros comprometedores de parte a parte. Há erros que o sérvio só comete em Roland Garros, frente a Rafa. No terceiro set ambos decaíram bastante: o desgaste mental cobrou o seu preço e o espanhol deixou de acreditar que conseguiria recuperar. Mas Nole foi sempre o melhor em court, apesar do nervosismo evidente em alguns momentos. Será uma tarde que Nole nunca esquecerá mas terá que deixar para processar melhor depois. Porque depor o rei nos quartos de final não lhe atribui automaticamente a coroa. E há mais dois desafios para reclamar o título tão ambicionado e completar o Grand Slam de carreira. E que inglório seria, ultrapassar a grande barreira psicológica para tropeçar no degrau seguinte.
Para Andy Murray a passagem foi também dura. Menos carregada de expetativas e simbolismo, mas difícil. David Ferrer, fazendo jus ao seu caráter, vendeu cara a derrota (7-6, 6-2, 5-7, 6-1) e por duas vezes pressionou para virar a partida a seu favor. Depois de uma entrada algum incaracterística, com quebras de parte a parte, o espanhol conseguiu equilibrar o set e obrigar a um tie break. Não funcionou dessa vez e a energia despendida provavelmente custou-lhe o desnível do segundo set. Mas ao terceiro voltou à carga e conseguiu mesmo roubá-lo ao britânico, impedindo-o de fechar a partida em sets diretos.
Murray segue invicto nesta temporada de terra batida, com quinze triunfos e dois títulos conquistados pelo caminho – Munique e Masters de Madrid. O que é impressionante para um tenista que sempre escorregou mal nesta superfície, comparativamente à prestação e palmarés que tem nas outras. Aqui há dedo de Amelie Mauresmo. A francesa convenceu Murray a jogar o torneio 250 de Munique, coisa que o escocês nunca tinha feito. A ideia da agora treinadora era proporcionar-lhe o enquadramento para um crescendo de confiança. Depois de vencer um torneio menor, aproveitar esse entusiasmo para o seguinte, mais exigente, e por aí a cima. E funcionou. Bater Kohlschreiber foi tão exigente, fisicamente, que Andy chegou a Madrid muito seguro das duas capacidades. E se consegue bater Raonic, Nishikori e, por fim, Nadal, para conquistar o Masters porque não aspirar ao troféu na derradeira etapa da terra batida?
No papel, Murray já venceu Djokovic em 2015. Foi logo nos primeiros dias de janeiro, em Abu Dhabi, mas a verdade é que final não chegou a ser jogada, já que o número um abandonou o torneio devido ao calor extremo. Se descartarmos essa ocasião, o último triunfo em court do escocês foi na final de Wimbledon, há dois anos. Curiosamente, os dois títulos de Murray em provas do Grand Slam – Open dos Estados Unidos e Wimbledon – foram conquistados frente a Novak. Ou seja, há um precedente que pode fazer toda a diferença na cabeça dos dois adversários. É verdade que Nole venceu, sem dificuldades de maior, em Melbourne, Indian Wells e Miami, só para referir os mais recentes. Mas aqui a pressão estará toda do lado do sérvio.
2015 | Miami | Djokovic | 2 | 7 | 4 | 6 | F | |||
Murray | 1 | 6 | 6 | 0 | ||||||
2015 | Indian Wells | Djokovic | 2 | 6 | 6 | SF | ||||
Murray | 0 | 2 | 3 | |||||||
2015 | Australian Open | Djokovic | 3 | 7 | 6 | 6 | 6 | F | ||
Murray | 1 | 6 | 7 | 3 | 0 | |||||
2015 | Abu Dhabi – exh. | Murray | 1 | F | ||||||
Djokovic | 0 | |||||||||
2014 | Paris – Masters | Djokovic | 2 | 7 | 6 | QF | ||||
Murray | 0 | 5 | 2 |
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