Novak Djokovic – Andy Murray (ATP Masters Roma)
Novak Djokovic e Andy Murray entram em court este domingo para mais uma final, uma semana depois disputarem o título em Madrid. O escocês cumpre vinte e nove anos e nada melhor que um triunfo sobre o número um mundial como presente de aniversário. Murray teve uma meia-final limpinha e rápida; Djokovic precisou de três horas em court para anular Nishikori. Estará, certamente, mais cansado. Mas também vem com um ritmo competitivo muito superior.
Novak Djokovic precisou de três horas e um minuto em court para bater o incansável Kei Nishikori (2-6, 6-4, 7-6). E antes de mais é preciso dizê-lo: o japonês foi um gigante. Proporcionou, a quem viu, uma partida de ténis apaixonante, de grande afirmação e luta até ao fim. Ver o jogo de pés quase ao fim de três horas em campo é uma inspiração e o nível do seu ténis só engrandeceu o triunfo de Djokovic. O sérvio entrou na partida algo desligado, como se não estivesse confortável, como aconteceu com Bellucci (0-6, 6-3, 6-2) e mesmo com Nadal (7-5, 7-6). Logo de início o sérvio atingiu o próprio tornozelo naquele gesto banal e milhares de vezes repetido de bater a madeira da raquete na sola das sapatilhas, para libertar a terra. Acertou em si mesmo e fez um golpe que precisou de ser tratado. Não foi por isso que perdeu o primeiro set, magoar-se daquela forma foi um sinal de que não estava completamente na partida.
Nishikori vinha com o plano de jogo bem preparado. Dominar da linha de fundo, fazer Novak correr de um lado ao outro do campo e sempre que possível atacar cedo a bola. Antes que o sérvio se pudesse posicionar, porque quando ele tem oportunidade de se preparar a maioria dos pontos já estão perdidos. Salvou três match points: um antes de lá chegar e outros dois no tie break decisivo. Adiou o mais que pode o desfecho. No fundo, aplica-se nesta meia-final o resumo que Djokovic fez do seu embate com Rafael Nadal, na ronda anterior. Nos momentos cruciais ele conseguiu vencer grandes pontos! É a confiança inabalável de uma fora de série. Vénia.
É a primeira vez que Andy Murray se apura para a final do Internacional BNL de Itália. Até aqui o melhor que conseguiu foi uma semifinal em 2011 e no ano passado caiu nos oitavos de final, beneficiando com a sua desistência devido a fadiga David Goffin. Por sinal o francês voltou a cruzar o caminho do escocês mas nos quartos de final. Desta vez houve jogo, embora Goffin parecesse ausente no primeiro set e quando finalmente entrou no encontro já era tarde de mais (6-1, 7-5). Na meia-final Murray teve como opositor outro gaulês. Lucas Puille, número cinquenta e dois do ranking ATP, transformou-se de lucky looser em grande sortudo neste Masters de Roma. O número cinquenta e dois do mundo foi repescado do qualifying para ocupar a vaga deixada pelo abandono do compatriota Jo-Wilfried Tsonga. E como Tsonga seguiu diretamente para a segunda ronda e ainda aproveitou a desistência de Juan Mónaco para seguir para a semifinal sem ter que entrar em court. Aqui chegado a sorte acabou. Com a ameaça constante da chuva, que chegou a interromper a partida, Murray só precisou de uma hora para despachar o jovem francês. Em grande forma e sempre no controlo dos pontos, o britânico só perdeu três jogos ao longo de todo o encontro (6-2, 6-2). Algum nervosismo por parte de Puille impediu a que tomasse a melhor decisão em alguns pontos. Murray ainda não teve que jogar mais de dois sets por partida desde que chegou a Roma.
É verdade que o escocês ainda não encontrou nenhum adversário de topo já que os nomes sonantes ficaram todos concentrados na metade superior do quadro principal. Mas Murray tem-se vindo a exibir em grande estilo. Este é o terceiro torneio em que participa, nesta temporada de terra batida, e tem vindo em crescendo. Em Monte Carlo foi semifinalista, afastado por Rafa Nadal (2-6, 6-4, 6-2), e finalista vencido no Mutua Madrid Open, onde Novak Djokovic (6-2, 3-6, 6-3) reclamou o troféu. Agora tem nova final, será desta que acrescenta títulos ao palmarés?
2016 | Masters de Madrid | Djokovic N. | 2 | 6 | 3 | 6 | F |
Murray A. | 1 | 2 | 6 | 3 | |||
2016 | Open da Austrália | Djokovic N. | 3 | 6 | 7 | 7 | F |
Murray A. | 0 | 1 | 5 | 6 | |||
2015 | Masters de Paris | Djokovic N. | 2 | 6 | 6 | F | |
Murray A. | 0 | 2 | 4 |
Será o trigésimo terceiro embate entre Djokovic e Murray, com larga vantagem para o sérvio (24-9). Os três duelos anteriores foram finais – Masters de Paris, Open da Austrália e Mutua Madrid Open – e o número um mundial arrecadou os três títulos.