Nicolas Almagro – Borna Coric (ATP Masters Madrid)
Nicolas Almagro, o fresquíssimo campeão do Estoril Open, estreia-se no Master de Madrid frente a Borna Coric. O espanhol de trinta anos quebrou no domingo um jejum de quatro anos no que respeita a títulos e ainda que cansado deve estar com a motivação em alta. O croata ficou-se pelos quartos de final no torneio português, tendo sido afastado por Nick Kyrgios, mas a sua evolução é evidente.
Na conferência de imprensa de encerramento do Estoril Open Nicolas Almagro confidenciou aos presentes que ponderou não participar no torneio português. Tinha sofrido muitas derrotas nos meses anteriores e sentia-se em baixo. Mas a mulher convenceu-o a vir e ainda bem que o fez. Ao fim de quatro anos de jejum, com muitos meses fora do circuito devido a lesão e um ano de regresso, em 2015, para desmoralizar qualquer um, o tenista espanhol voltou a vencer um torneio. O título anterior tinha sido conquistado em Nice, em 2012, frente a Becker. No domingo passado, no Estoril, somou o décimo terceiro troféu ao palmarés. Convém recordar que Almagro é o segundo jogador ativo no circuito mundial com maior número de títulos em terra batida, só superado por Rafa Nadal.
No percurso até ao título no Open português foi um teste bem interessante ao experiente Nicolas. Começou por vencer dois portugueses – Frederico Silva e João Sousa –, afastando em seguida Leonardo Mayer e Nick Kyrgios. O embate com o australiano mostrou que Almagro tinha um arsenal de soluções capaz de fazer a diferença. A experiência acabou por ser o trunfo. E no encontro da final, frente ao compatriota Pablo Carreño Busta, foi a resiliência física e mental que lhe deu a vitória. Almagro teve que recuperar da desvantagem de ter perdido o primeiro set no tie break, depois de estar a vencer por 6-3. O segundo parcial acabaria por ser decidido também dessa forma mas aí o tenista mais tarimbado já não permitiu a recuperação do adversário. No terceiro set foi a vez de Carreño Busta quebrar fisicamente e Almagro manter a passada (6-7, 7-6, 6-3).
Nicolas Almagro foi semifinalista no Masters 1000 de Madrid em 2010, ano em que foi barrado por Nadal. Mas desde então só por uma vez foi além da primeira ronda. No ano passado caiu à primeira, às mãos de Juan Monaco.
Borna Coric veio ao Estoril defender os pontos ganhos na edição anterior, em que foi semifinalista (perdeu na altura com Gasquet) mas ficou aquém do objetivo. Desta feita o croata caiu nos quartos de final, naquele que foi o primeiro de muitos duelos – assim de espera – com Nick Kyrgios (6-4, 6-4). O australiano não deu hipóteses. Nesta fase da evolução de ambos, o facto de Kyrgios ser ano e meio mais velho, sendo que tem também um tipo físico mais amadurecido, ainda faz grande diferença. Mas quem viu Coric no Estoril em 2015 e na semana passada não pode deixar de ficar impressionada com a evolução. O trabalho com Miles Maclagan, especificamente no sentido de melhorar o serviço do croata, está a dar resultados evidentes.
Esta temporada Coric alcançou pela primeira vez duas finais, uma em piso sintético e outra em terra batida, o que é um bom indicativo. Em Chennai o triunfo coube a Stan Wawrinka (6-3, 7-5) e em Marraquexe foi Federico Delbonis a levar o troféu (6-2, 6-4).
Aos dezanove anos Coric fará a sua estreia absoluta no Masters de Madrid. Será também a primeira vez que enfrenta Nicolas Almagro. Veremos até que ponto o desgaste da final, há dois dias, pode afetar a prestação do tenista mais velho.