Milos Raonic – Gastão Elias (ATP de Lyon)
Gastão Elias conseguiu o que parecia impossível. O tenista português venceu Juan Martin del Potro em sets diretos e está nos quartos de final do Open Parc Auvergne-Rohône-Alpes de Lyon, onde agora cruza o caminho do primeiro cabeça de série. Milos Raonic, que não teve dificuldades para afastar Istomin, procura o seu primeiro título desde janeiro de 2016.
Milos Raonic justificou o seu estatuto de primeira cabeça de série e bateu Denis Istomin (6-4, 6-3) sem pestanejar. O canadiano, sexto da hierarquia mundial, teve um único momento de fraqueza, cedo no primeiro set. Não conseguiu anular o único ponto de break que enfrentou. Mas a partir daí não voltou a expor-se. Pelo contrário, o uzbeque acusou a pressão nos momentos decisivos de cada parcial. Cedeu o serviço, das duas vezes sem pontuar (40-0) quando era imperioso não o fazer: a 4-4 no primeiro parcial; a 4-2 no segundo. A partir daí Raonic limitou-se fazer o seu caminho, por via do serviço.
Milos Raonic está a ter um ano entrecortado por problemas físicos e, à semelhança do Elias, precisa de ter boas sensações em sucessão para recarregar baterias. Depois dos quartos de final no Open da Austrália – perdeu com Rafael Nadal (6-4, 7-6, 6-4) – o canadiano alcançou duas finais. Em Delray Beach nem sequer consegui defrontar Jack Sock, devido a lesão. Em Istambul, na primeira semana de maio, perdeu para Marin Cilic (7-6, 6-3). Há bem mais de um ano – em janeiro de 2016 em Brisbane – que Raonic não acrescenta nenhum título individual ao palmarés. Pode ser em Lyon.
Aconteça o que acontecer na quinta-feira, Gastão Elias já alcançou uma marca memorável. Ao bater Juan Martin del Potro (7-6, 6-3) o português conseguiu, possivelmente, o maior triunfo da carreira. Mais de noventa posições do ranking separam os dois jogadores. Ainda que ambos tenham ténis bastante superior ao lugar que ocupam, a distância não deixa de ser abismal. O tenista argentino já esteve no top-4, conquistou um torneio do Grand Slam e duas medalhas olímpicas – prata e bronze – a última das quais no verão passado. Para contextualizar o feito, esta ápoca o gigante de Tandil só tinha sido derrotado por adversários do top-10: Raonic em Delray Beach; Djokovic em Acapulco, Indian Wells e Roma; Federer em Miami. Não é para qualquer um. Duas horas de encontro, em que Elias esteve sempre muito compenetrado, foi o que durou o embate. Já tínhamos dito antes que o tenista português estava mesmo a precisar de um resultado espetacular como este para reencontrar a sua confiança. Melhor é quase impossível. Só se conseguir novo feito já de seguida, batendo o pé ao sexto tenista mais cotado do circuito, Milos Raonic.
Elias conseguiu quebrar o serviço a Del Potro à segunda tentativa. Mas o argentino reagiu e acabou por nivelar o marcador a 4-4. No entanto, o tenista luso esteve intratável no tie break, que venceu por 7-0. A abrir o segundo parcial o número trinta mundial conseguiu o break, mostrando a Gastão Elias que não podia olhar para o lado. Foi fundamental o contrabreak no jogo seguinte mas mais importante ainda foi ter aos dois pontos de break no jogo de serviço seguinte. Esta capacidade de se aguentar e dar luta animou Elias.
2009 | Futures 09 | Raonic | 2 | 1 | 6 | 6 | 1R |
Elias | 1 | 6 | 3 | 4 |
Milos Raonic e Gastão Elias defrontaram-se uma única vez, há oito anos, ainda no circuito de Futures, com vitórias em três sets para o canadiano.