Marin Cilic – Richard Gasquet (ATP Masters de Cincinnati)
Marin Cilic fez valer o seu estatuto de cabeça de série e ultrapassou Joãos Sousa com toda a naturalidade. Richard Gasquet teve que despachar duas fornadas de aspirantes australianos – Kyrgios e Kokkinakis – para chegar à terceira ronda e marcar encontro com o croata. Adivinha-se uma partida equilibrada e de muito bom nível.
Marin Cilic passou por João Sousa sem dificuldades (6-4, 6-2). Ao terceiro conforto o croata voltou a vencer em sets diretos e que significa que ainda não foi desta que o tenista vimaranense conseguiu roubar um parcial ao atual número nove do mundo. Cilic precisou de pouco mais de uma hora para fechar a partida a seu favor. Não foi um jogo perfeito – o croata permitiu a quebra de serviço em ambos os sets – e beneficiou da ausência do serviço dom português, que só muito a espaços entrou em court. Depois da derrota na ronda inaugural do Masters de Montreal, na semana passada, Cilic precisava de entrar bem e em força no evento de Cincinnati. Foi o que fez. Ele sabe que é essencial ganhar andamento. No final do mês Marin começa a defender o título, e os pontos inerentes, do Open dos Estados Unidos e sabe que não será fácil, com os homens do topo espicaçados pelo crescendo de forma de Murray.
Marin Cilic começou mais tarde a temporada, devido a lesão, mas aos poucos foi-se exibindo vislumbres do seu melhor ténis. O que tem faltado é regularidade. O croata tem alternado prestações interessantes em torneios importantes com passagens mais apagadas. Logo no regresso à competição chegou aos quartos de final de Monte Carlo (perdeu com Djokovic) e aos oitavos de Roland Garros, onde foi afastado por David Ferrer. Mas pelo meio passou discretamente pelos Masters de Madrid e Roma, por exemplo. E repetiu o padrão na temporada de relva. À semifinal em Estugarda sucedeu uma segunda ronda em Queen’s, antes de atingir os quartos de final de Wimbledon, novamente travado pelo sérvio que lidera o ranking. Se o ciclo se mantiver Cincinnati também não será um sucesso estrondoso mas em chegando ao Grand Slam cuidado com ele.
Desde que se sagrou campeão do Millennium Estoril Open, no início de maio, Richard Gasquet tem tido uma temporada invejável, que o fez encostar às portas do top-10, coisa que já não víamos há algum tempo. O problema crónico que tem nas costas tem dado descanso e o francês tem-se exibido ao nível do virtuosismo que sabemos que tem, sobretudo nos dois Majors que disputou entretanto. Em Roland Garros foi progredindo até esbarrar em Novak Djokovic (6-1, 6-2, 6-3). Em Wimbledon bateu Dimitrov (6-3, 6-4, 6-4), Kyrgios (7-5, 6-1, 6-7, 7-6) e Wawrinka (6-4, 4-6, 3-6, 6-4, 11-9), antes de enfrentar o mesmo carrasco sérvio, nas meias-finais (7-6, 6-4, 6-4).
Em Washington o francês caiu na segunda ronda, frente a Jack Sock (6-7, 7-6, 6-4) e por precaução, já que tinha sentido alguma desconforto físico, decidiu não disputar o Masters 1000 de Montreal.
Na ronda de estreia em Cincinnati Gasquet reencontrou o enfant terrible Nick Kyrgios. O jovem íman de controvérsias desde o primeiro instante manifestou dores na zona lombar e foi por duas vezes assistido pelo fisioterapeuta do torneio. Visivelmente diminuído, não foi adversário à altura para o décimo terceiro tenista mais cotado do ranking, como demostram os parciais de 6-2 e 6-1. Na ronda seguinte veio a segunda vaga de jovem talento australiano. Thanasis Kokkinakis, deu um pouco mais de luta no primeiro set, obrigando a decisão do mesmo em tie break. Mas no seguinte o francês passeou o seu ténis mais sofisticado (7-6, 6-2).
2013 | Monte Carlo | Gasquet R. | 2 | 7 | 6 | R16 | ||||
Cilic M. | 0 | 5 | 4 |
Entre Cilic e Gasquet houve apenas um duelo, ganho pelo francês, há já mais de dois anos.