Kyle Edmund – Rafael Nadal (ATP Masters Monte Carlo)
Rafael Nadal inicia a defesa do título em Monte Carlo na quarta-feira, frente a Kyle Edmund. O jovem britânico alcançou a segunda ronda do Masters monegasco batendo o compatriota Daniel Evans em sets diretos e agora enfrenta o Rei da Terra Batida. As três finais do espanhol em 2017, uma das quais no Open da Austrália, criam grande expetativa para a temporada de guerra batida, onde ele já foi senhor incontestado. Nadal tem como destino Roland Garros mas os primeiros passos de uma longa caminhada pode ser os mais traiçoeiros.
O jogo da primeira ronda foi uma dupla estreia para Kyle Edmund. O britânico participa pela primeira vez no Masters 1000 de Monte Carlo e o confronto com o compatriota Daniel Evans (7-5, 6-1) foi também a primeira partida que fez este ano em terra batida. Esta não é a superfície em que está mais confortável. Também não o era para Evans, felizmente. Edmund sentiu muitas dificuldades para entrar no encontro e se adaptar. O jovem de vinte e dois anos, quadragésimo quinto do Ranking ATP, perdeu de enfiada os primeiros três jogos de serviço no primeiro set mas não se deixou abater pela entrada com o pé esquerdo. Reagiu e corrigiu para forças os breaks de Evans no sexto, oitavo e décimo segundo jogo, para ir vencer o parcial em tie break. Mas ao conseguir reverter a desvantagem Edmund ganhou confiança. No segundo set rechaçou dois pontos de break para segurar o saque, logo no jogo de arranque, e só parou quando fechou a 6-1.
Edmund teve os melhores resultados da época nos quartos de final de Brisbane e Delray Beach, onde caiu vítima de Stan Wawrinka (6-7, 6-4, 6-4) e Milos Raonic (4-6, 6-3, 6-4), respetivamente.
Há dez dias Kyle Edmund esteve envolvido nos quartos de final da Taça Davis. Na ausência do número um mundial, Edmund e Evans tiveram que assumir a responsabilidade dos duelos individuais mas não conseguiram evitar a derrota frente a França (4-1).
Rafael Nadal sagrou-se campeão em Monte Carlo em 2016, batendo na final Gael Monfils (7-5, 5-7, 6-0), depois de ter ultrapassado Dominic Thiem, Wawrinka e Murray nas rondas anteriores. Terminou ali um hiato de dois anos em que o Rei da Terra Batida não foi capaz de vencer nenhum dos torneios de categoria superior nesta superfície, basicamente desde o triunfo em Roland Garros, em 2014. Para perceber como esse foi um momento especial para o espanhol é preciso recordar que entre 2005 e 2012 não houve nada para mais ninguém no Country Club de Monte Carlo.
Em 2017 Rafael Nadal já disputou três finais. Perdeu as três mas o sinal ficou lá. É que não foram finais qualquer. Aguentar até ao fim na luta pelos títulos de um Grand Slam e um Masters em piso rápido – Open da Austrália e Miami, em ambas as ocasiões frente a Federer – era coisa que muitos julgaram já não estar ao seu alcance. Apesar do espanhol ter reconhecido não ter ainda condições para bater o suíço em pisos sintéticos, abre grande expetativa para a terra batida, a superfície que é o seu habitat preferido. Nadal sente que se estiver bem fisicamente pode bater qualquer um neste terreno e o sonho, evidentemente, é Roland Garros e a possibilidade de um décimo quinto título de Grand Slam. O caminho começa esta quarta-feira, no Mónaco, e muitas vezes são os primeiros passos, por vezes traiçoeiros, que condicionam o resto do percurso. Ainda esta terça vimos Novak Djokovic passar por dificuldades diante de Gilles Simon.
Esta será a primeira vez que Edmund e Nadal se defrontam.