Kyle Edmund – Gastão Elias (ATP Masters Indian Wells)

Gastão Elias entra pela primeira vez e de forma direta no quadro principal de um Masters 1000 e entre ele e a segunda ronda de Indian Wells está o britânico Kyle Edmund. O tenista português, que estará em Indian Wells sem o habitual treinador, será apoiado por António Van Grichen ao longo da participação. Elias teve que mudar rapidamente o chip da terá batida para os pisos rápidos. Edmund, que só jogou em sintéticos este ano, está sem competir há quase duas semanas. O sobrevivente deste embate sabe que terá Novak Djokovic à sua espera na segunda ronda.

No ano passado Kyle Edmund fez a sua primeira participação no ATP Masters de Indian Wells e não foi além da primeira ronda. O argentino Guido Pella (6-7, 6-4, 7-5) foi o responsável pelo afastamento. Desta vez o britânico de vinte e dois anos vai querer ir um pouco mais longe até porque a perspetiva de se bater com o sérvio Novak Djokovic é algo com que muitos tenistas da sua idade cresceram a sonhar.

Edmund está na quadragésima sexta posição do ranking ATP e até à data só jogou em pisos rápidos, contornando em absoluto a opção da terra batida. Isso, à partida, pode dar-lhe alguma vantagem sobre muitos adversários, como o caso do português mas não só, que têm que ajustar rapidamente o seu jogo de um piso para outro. Por outro lado, o britânico esteve pela última vez em competição há duas semanas, em Delray Beach, onde alcançou os quartos de final. Foi o segundo vez esta temporada que chegou a esta etapa de um torneio: em Brisbane foi derrubado por Stan Wawrinka (6-7, 6-4, 6-4) em Delray perdeu com Milos Raonic (4-6, 6-3, 6-4), dois adversários do top-5.

Gastão Elias disputa, pela primeira vez, o quadro principal de um evento da série ATP Masters 1000, em Indian Wells. E nem sequer teve que passar pelo qualifying, etapa onde empancou nas três tentativas anteriores (2012, 2013 e 2015). É uma das metas do número dois português, subir no ranking, e para tal está a apostar forte nos torneios de nível superior do circuito profissional. Não é uma transição fácil, essa de deixar de assentar a temporada em provas Challenger, porque nos torneios principais o nível e a exigência são constantes.

O tenista da Lourinhã vem do circuito sul-americano de terra batida e teve que fazer em poucos dias a necessária adaptação aos pisos rápidos. Depois de cair nas primeiras rondas do Open da Argentina (Leonardo Mayer 4-6, 6-4, 6-4) e ATP Rio de Janeiro (Thiago Monteiro 2-6, 7-6, 6-4), Elias foi um passo à frente no Brasil Open, em São Paulo, afastado pelo espanhol Albert Ramos (6-4, 7-5), que viria a eliminar João Sousa um pouco mais à frente.

A mudança de superfície pode necessitar de algum ajuste mas não deve ser um problema. Um dos melhore resultados do português este ano foi em Sidney, em piso sintético, onde aguentou até aos oitavos de final, só cedendo diante de Dominic Thiem (6-7, 6-3, 7-5).

Em Indian Wells Elias será apoiado pelo compatriota António van Grichen, por impossibilidade do seu treinador, Fabian Blengino o acompanhar. O argentino deve juntar-se novamente ao tenista luso em Miami.

Kyle Edmund e Gastão Elias nunca se defrontaram antes. O vencedor deste embate sabe que vai ter de encarar o número dois mundial, Novak Djokovic, na ronda seguinte.