Juan Martin del Potro – Andy Murray (Jogos Olímpicos 2016)
Está fechada a final do ténis masculino nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Andy Murray vai tentar ser o primeiro a conquistar duas medalhas de ouro consecutivas na modalidade, depois da vitória de há quatro anos. Terá pela frente o ressuscitado Juan Martin del Potro, medalha de bronze em Londres 2012. O argentino, que já tinha eliminado Djokovic logo na ronda inaugural, qualificou-se para o jogo do título ao derrotar Nadal, em partida época.
Épica e inspiradora, tem sido a campanha de Juan Martin del Potro no Rio de Janeiro 2016. O argentino, que passou os últimos dois anos – nas palavras do próprio – sentado no sofá a pensar que podia não voltar a jogar ténis regressou esta temporada, a medo, à competição. Depois de várias cirurgias, aos dois pulsos, Delpo avançou de forma inacreditável no Torneio Olímpico de Ténis Masculino. Na primeira ronda chocou ao eliminar, nada mais, nada menos, que o número um mundial. Novak Djokovic (7-6, 7-6) caiu com estrondo, por duas vezes perdendo o tie break frente ao gigante de Tandil. Nas etapas seguintes superou o português João Sousa (6-3, 1-6, 6-3), o japonês Taro Daniel (6-7, 6-1, 6-2) e Bautista Agut (7-6, 7-6). Na meia-final o adversário foi Rafa Nadal (5-7, 6-4, 7-6).
Espanhol e argentino protagonizaram o momento alto do torneio, até ao momento. Foram pouco mais de três horas de ténis ao mais alto nível. Nadal foi o primeiro a servir e Del Potro não perdeu tempo a conseguir o break. Mas ao sexto jogo conseguiu reequilibrar o marcador e acabaria por vencer o parcial, com um segundo break para fazer o 5-7. No segundo set Del Potro permaneceu agressivo com a direita e mais uma ver fez o espanhol perder o serviço, desta feita ao terceiro jogo. E desta vez não conseguiu recuperar. O encontro iria para um decisivo terceiro set, renhido e dividido do princípio ao fim, até nos erros. No tie break o argentino adiantou-se logo e embora Rafa tenha recuperado algum terreno a partir do 5-2 a vantagem era considerável para alguém que serve como Del Potro.
Andy Murray vai defender a medalha de ouro conquistada em Londres, em 2012. Há quatro anos o britânico sagrava-se campeão olímpico de ténis no relvado de Wimbledon, derrotando, pela primeira vez na sua carreira Roger Federer à melhor de cinco sets (6-2, 6-1, 6-4). Quando começou a vaga de desistências para o Rio de Janeiro o britânico disse logo alto e bom som que ele fazia questão de ir ao Brasil tentar repetir o título. A quando do sorteio antecipou-se uma via aberta para os dois primeiros cabeças de série, em polos opostos do quadro até ao confronto na final. Mas, surpreendentemente, Djokovic ficou pelo caminho logo cedo e parecia tudo muito inclinado para o escocês repetir o sucesso nos Jogos Olímpicos. As expetativas quanto à parte superior do quadro saíram completamente furadas. Quando à segunda metade, Murray só começou a sentir dificuldades nos oitavos de final. Até então superou os adversários – Troicki (6-3, 6-2) e Monaco (6-3, 6-1) – em sets diretos. No terceiro encontro, frente a Fabio Fognini (6-1, 2-6, 6-3), o britânico resolveu com naturalidade o primeiro parcial mas entretanto o italiano entrou no ritmo e todos sabemos como ele pode ser chatinho quando tudo lhe corre de feição. O início do terceiro set foi duríssimo. Mas Murray venceu os últimos seis jogos de enfiada para selar a passagem aos quartos de final. O duelo com Steve Johnson também teve o seu senão. O norte-americano (6-0, 4-6, 7-6) demorou a entrar na partida, mas quando o fez o britânico abanou. Cedeu o segundo set e só conseguiu vencer o terceiro já no tie break, com o serviço a fazer a diferença.
Na meia-final enfrentou Kei Nishikori (6-1, 6-4). O primeiro parcial foi despachado – durou cerca de meia hora – e ficou decidido com as quebras ao serviço do japonês no quarto e sexto jogos. O segundo set foi bastante mais equilibrado – houve apenas um break a favor do britânico – mas Murray esteve sempre no controlo da partida.
Del Potro venceu o último confronto com Murray (6-7, 6-3, 6-1) em Indian Wells, mas o mesmo já aconteceu há mais de três anos.