João Sousa – Santiago Giraldo (Open da Austrália)
O tenista português não se permitiu distrações e afastou Mikhail Kukushkin em sets diretos. Agora terá a possibilidade de igualar a sua melhor prestação de sempre em Melboune, se superar o próximo obstáculo. Santiago Giraldo venceu os três confrontos entre ambos, todos em terra batida, a sua especialidade. O colombiano, que nunca foi além da segunda eliminatória no Open da Austrália, pode estabelecer nova marca.
João Sousa tinha um encontro potencial complicado agendado para a primeira ronda do Major australiano mas com concentração absoluta foi capaz de esquivar-se a apertos. Mikhail Kukushkin é um adversário complicado nesta superfície e qualquer momento de quebra por parte do português podia tê-lo deixado exposto. Durante duas horas, Sousa não deu tréguas e jogou de forma consistente. O triunfo em sets diretos (6-3, 6-4, 6-3) não só dá boas indicações do nível de jogo do tenista vimaranense como pode ser um dado importante no que respeita a desgaste físico. Quanto menos tempo se passe em court com mais de trinta graus, melhor. Não há almoços grátis, ou jogos fáceis, muito menos num torneio desta dimensão, tão competitivo e longo. Tudo o que se puder aproveitar para ganhar vantagem.
Agora o trigésimo terceiro do circuito mundial vai poder igualar o registo de 2015 – chegar à terceira ronda do Open da Austrália – mas para isso vai ter que bater um opositor que sempre o travou antes.
Ainda que se recuse a apontar metas é sabido que João Sousa ambiciona dar um salto qualitativo e de ranking em 2016, subindo a exigência e apostando mais nos eventos de maior cotação – Masters e ATP 500 – e a prestação no primeiro Grand Slam do ano é um bom teste a essa intenção.
Santiago Giraldo nunca foi além da segunda ronda no Open da Austrália, aliás, nunca foi particularmente bem-sucedido nas provas do Grand Slam. Por quatro vezes chegou à segunda eliminatória – entre 2010 e 2012 e novamente no ano passado. Em 2015 foi afastado pelo norte-americano Steve Johnson (6-3, 6-4, 6-2). A verdade é que o colombiano, septuagésimo do ranking ATP, é um tenista especializado na terra batida. Nessa superfície ele é um adversário temível e é nela que concentra grande parte dos seus recursos. Para se ter noção, na temporada passada Giraldo disputou trinta e uma partidas em terra batida, dezassete em sintéticos e cinco em relva.
O tenista colombiano iniciou a época com uma participação em Chennai, com uma derrota às mãos de Lukas Rosol (6-3, 6-4) e seguiu para o Challenger de Camberra. Na primeira ronda em Melbourne Park eliminou um homem do top-50, o norte-americano Donald Young. Apesar de ter exigido quatro parciais (6-4, 1-6, 6-3, 6-2) a partida não foi muito para além das duas horas e um quarto. Agora terá a hipótese de superar a sua marca no Major australiano, chegando pela primeira vez a terceira ronda.
2015 | Barcelona | Giraldo | 2 | 6 | 3 | 6 | 2R | |||
Sousa | 1 | 3 | 6 | 1 | ||||||
2013 | Masters de Madrid | Giraldo | 2 | 6 | 6 | Q-1R | ||||
Sousa | 0 | 2 | 2 | |||||||
2013 | Acapulco | Giraldo | 2 | 7 | 7 | R16 | ||||
Sousa | 0 | 6 | 5 |
Esta será a quarta vez que João Sousa e Santiago Giraldo se defrontam em court. O colombiano venceu os três confrontos anteriores – em Acapulco, no Masters de Madrid e em Barcelona – todos torneios de terra batida, a superfície de eleição de Giraldo. Nesses embates, só por uma vêz o vimaranense conseguiu conquistar um parcial. Mas desta vez o confronto será em piso sintético, o que inclina a balança para o lado do português. Veremos se Sousa é capaz de começar a equilibrar este registo de confrontos.