João Sousa – Novak Djokovic (Roland Garros)
Depois de cinco derrotas consecutivas, o tenista português lá conseguiu voltar aos triunfos e está pela terceira vez na segunda ronda de Roland Garros. As probabilidades de ser desta que vai mais longe não são famosas. Afinal o adversário é o atual campeão e número dois mundial, Novak Djokovic. O sérvio desembaraçou-se de Granollers em sets diretos mas ele e Agassi terão tido muita matéria de análise no rescaldo.
João Sousa chegou a Paris no seguimento de cinco derrotas consecutivas, o que já começava a pesar no ânimo e no ranking do tenista português. Na última atualização do ranking, o vimaranense caiu mais duas posições, para a quinquagésima nona. Mas esta segunda-feira conseguir regressar aos triunfos, batendo o Janko Tipsarevic (4-6, 7-6, 6-2, 6-2) em quatro sets e pouco mais de três horas em court. Não foi fácil e o sérvio deu muita luta. Nem sequer faltou uma peripécia que, felizmente, serviu para espicaçar o tenista português. Foi na parte final do segundo set, quando as coisas estavam com má cara para João Sousa, que já tinha cedido o primeiro. O árbitro de cadeira, um francês, decidiu penalizar o vimaranense com um warning, supostamente por ter dito um palavrão. O tenista discordou da decisão e pediu mesmo a comparência do supervisor do torneio ao court. A decisão não sofreu alteração mas na sequência Sousa anulou dois pontos de break e acabou por levar o set para a decisão em tie break, que ganhou. Os dois parciais finais foram muito mais duros para o sérvio.
Assim, pela terceira vez consecutiva, João Sousa está na segunda ronda de Roland Garros. Mas as probabilidades de ser desta que vai mais longe não são favoráveis. O adversário seguinte, já se antecipava, será o defensor do título, Novak Djokovic.
Não há como negar que o número dois mundial iniciou a defesa da coroa em terra batida de forma energética. Bateu Marcel Granollers em sets diretos (6-2, 6-4, 6-2) mas a narrativa linear que o marcador sugere não corresponde à realidade. Não quero com isto dizer que a vitória de Novak Djokovic estivesse em algum momento em causa, de todo. Mas o sérvio alterou momentos de brilhantismo, que ninguém em seu juízo lhe regateia, com momentos de acentuada frustração por não atinar em fechar os pontos com maior discernimento. O nono jogo do segundo set parecia interminável, com Djokovic a desperdiçar oito pontos de break que seriam também de set, caso fossem convertidos. No derradeiro parcial houve seis quebras de serviço: duas para o sérvio, quatro para o espanhol. Andre Agassi assistiu do camarote e terá tido muita matéria de análise para discutir com o seu pupilo.
Há um ano Novak Djokovic conquistou o título do Grand Slam que lhe fugia, batendo na final Andy Murray (3-6, 6-1, 6-2, 6-4). Primeiro pela série tremenda de Nadal e quando o espanhol fraquejou foi Wawrinka a aparecer por trás para frustrar o sérvio. A conquista do título foi também, provavelmente, a última vez que vimos Djokovic ser quase imbatível, de tal forma era dominante o jogo do sérvio em court. Lembro-me de ler uma entrevista sua em que dizia que nunca ficava perturbado por sofrer uma quebra de serviço porque sabia que no jogo seguinte ia recuperá-lo. Com a ajuda de Agassi o número dois mundial procura recuperar essa confiança imperturbável.
2016 | Masters de Miami | Djokovic | 2 | 6 | 6 | 3R | |
Sousa | 0 | 4 | 1 | ||||
2014 | Roland Garros | Djokovic | 3 | 6 | 6 | 6 | 1R |
Sousa | 0 | 1 | 2 | 4 | |||
2013 | Open dos Estados Unidos | Djokovic | 3 | 6 | 6 | 6 | 3R |
Sousa | 0 | 0 | 2 | 2 |
Djokovic venceu João Sousa sem apelo nem agravo nos três embates anteriores. O português não conseguiu reclamar um único set.