Jo-Wilfried Tsonga – Albert Ramos-Vinolas (ATP Masters Shangai)
Albert Ramos-Vinolas fez o resultado sensação da ronda anterior, ao mandar para casa mais cedo Roger Federer. Jo-Wilfried Tsonga segue para a terceira ronda para enfrentar o terceiro adversário hispanofalante.
Jo-Wilfried Tsonga falhou a edição anterior do Masters de Shangai mas em 2013 foi semifinalista, altura em que esbarrou em Novak Djokovic. Desta vez, o sorteio foi caprichoso e foi alinhando diante do francês adversários que têm como língua materna o espanhol. Primeiro foi o veterano Tommy Robredo. O espanhol conseguiu vencer o primeiro set no tie break mas esgotou-se nessa tentativa (6-7, 6-2, 6-3). Seguiu-se o dominicano Victor Estrella Burgos, que representou uma passagem mais facilitada (6-3, 6-2). Agora espera-o um compatriota de Robredo que tem como cartão-de-visita o facto de ter surpreendido, e eliminado, o campeoníssimo Federer.
Tsonga ocupa o décimo quanto lugar no Ranking ATP. Atingiu os quartos de final no US Open, onde foi afastado por Marin Cilic numa desgastante partida de cinco sets (6-4, 6-4, 3-6, 6-7, 6-4). Há duas semanas o francês sagrou-se campeão em Metz, uma prova da série ATP 250, batendo o compatriota Gilles Simon na final (7-6, 1-6, 6-2).
Albert Ramos-Vinolas fez um brilharete ao eliminar Roger Federer (7-6, 2-6, 6-3). Para o suíço era o primeiro encontro na prova, já que a sua condição de cabeça de série o dispensa da primeira ronda. Mas para o espanhol foi já a quarta partida no Masters de Shanghai, tendo sido obrigado a progredir por via do qualifying. Antes de chegar ao quadro principal afastou oposição modesta: primeiro o chinês Zhang (6-4, 6-3) e depois o alemão Michael Berrer (6-4, 7-6). Na primeira ronda teve pela frente o norte-americano Sam Querrey e precisou de três parciais, safando-se à justa de um tie break no terceiro, para seguir em frente (4-6, 6-4, 7-5). Na segunda ronda o número setenta mundial bateu o terceiro tenista mais cotado do circuito (7-6, 2-6, 6-3). Um resultado totalmente inesperado, afastando prematuramente Federer do Masters asiático, sendo esta a primeira vez que o espanhol bate um jogador do top-10.
Ramos-Vinolas jogou nos limites e acabou por ver a sua estratégia de risco ser recompensada. Federer desperdiçou dois pontos para quebrar o serviço do adversário logo a abrir o tie break e esses pontos custaram-lhe o primeiro set. No segundo, o suíço marcou uma posição de força mas não foi capaz de arrastar essa energia para o parcial decisivo. Era o primeiro jogo de Roger desde que participou na ronda da Taça Davis, três semanas antes. A juntar ao facto de já ter carimbado o passaporte para a O2 Arena, é natural alguma descompressão na abordagem deste torneio. Todo o mérito ao tenista espanhol que soube explorar esses momentos de menor concentração.
Às vezes os tenistas vindos do qualifying gozam dessa vantagem de já estarem embrenhados na competição, de já terem atingido um ritmo intenso, enquanto os adversários ainda estão só a aquecer. Claro que, por outro lado, a valia dos jogadores de topo costuma ser mais do que suficiente para desequilibrar a balança.
2015 | Wimbledon | Tsonga | 3 | 6 | 6 | 6 | 2R | |||
Ramos-Vinolas | 0 | 3 | 4 | 4 | ||||||
2012 | Doha | Tsonga | 2 | 6 | 6 | QF | ||||
Ramos-Vinolas | 0 | 2 | 1 |
Tsonga e Ramos-Vinolas cruzaram-se pela última vez no início de julho passado, na segunda ronda de Wimbledon, e o francês conta por vitórias os dois confrontos entre ambos.