Jamaica – México (Gold Cup 2015)
Jamaica ou México, um dos dois será o próximo vencedor da Gold Cup. Primeira surpresa? Os Estados Unidos não vão defender o título. O maior escândalo? Que o México esteja na final, carregado em ombros por decisões arbitrais verdadeiramente escandalosas. É a CONCACAF no seu melhor: a abafar o que devia valorizar, o melhor futebol.
A primeira meia-final deve ter posto as altas patentes da CONCACAF à beira de um ataque de nervos. O prometido e ansiado blockbuster Estados Unidos vs México saiu furado. Os atrevidos Regae Boyz trataram disso ao mandar a equipa da casa mais cedo para casa, passe a redundância. Em cinco minutos a Jamaica – Darren Mattocks aos trinta e um, Giles Barnes aos trinta e seis – desfez o sonho americano de revalidar o título, ou sequer de estar em condições de o defender. Os pupilos de Jurgen Klinsmann bem tentaram reagir ao choque e Michael Bradley reduziu a desvantagem no regresso dos balneários. Mas a Jamaica deu mostra da sua valia, a toda a largura e comprimento do relvado. Aliás, tratar a derrota dos EUA às mãos do jamaicanos como resultado chocante é uma parvoíce. Só fica realmente surpreendido quem se prenda excessivamente a rankings da FIFA e ande muito distraído do que estas duas equipas fizeram nos tempos mais recentes. Diria mesmo que quem, como eu, viu a prestação da Jamaica na Copa América não podia deixar de incluir a equipa de Winfried Schafer no lote de candidatos. É verdade que não venceram nenhuma partida mas perder pela margem mínima quando os adversários eram Uruguai, Paraguai e Argentina foi uma preparação muito exigente que se provou valiosa para os jamaicanos. A Jamaica tem intensidade e velocidade. É um coletivo muito físico, que não receia meter o pé, embora o faça sem maldade. E com o selecionador alemão ganhou organização tática, que se manifesta quer na forma eficiente e aguerrida como defende como no saber manter a estratégia e aguentar um resultado.
Onze provável: Thompson – Mariappa, Hector, Wes Morgan, Lawrence – McCleary, Austin, Watson, McAnuff – Mattocks, Barnes.
Eu não vou trazer à baila a irregularidade da fase de grupos. Nem o penálti duvidoso já em tempo de descontos no prolongamento dos quartos de final. Mas o futebol é assim, ouvimos dizer. Mas na meia-final o Panamá foi ostensivamente prejudicado em benefício do México e isso já não é jogo, é má-fé. Primeiro foi o vermelho direto a Luis Tejada, privando os panamianos do seu homem mais perigoso e obrigando-os a jogar mais de uma hora com um elemento a menos. Ainda assim, foi o Panamá a adiantar-se no marcador. Não era suficiente. Aos oitenta e nove minutos o árbitro Mark Geiger – e só o menciono porque foi protagonista por mérito próprio no encontro – considerou que Román Torres tocou a bola com a mão na área e assinalou o penálti. O defesa panamiano desequilibra-se na disputa da bola, cai e não tinha forma de evitar o contacto com o esférico. Não há dúvida absolutamente nenhuma, seja qual for o ângulo. Contestação e incredulidade dos panamianos e o jogo esteve dez minutos interrompido até que os convenceram a voltar à partida. Andres Guardado fez o que lhe competia e marcou. A semifinal seguia para prolongamento mas o Panamá estava golpeado de morte. Não foi a interrupção mas a consciência de que fizessem o que fizessem não chegariam à final. A segunda penalidade, desta vez efetivamente cometida por Torres, foi legítima e assim se carimbou uma decisão tomada fora do relvado.
Onze provável: Ochoa – Paul Aguilar, Reyes, Maza Rodríguez, Alanís, Layún – Hector Herrera, Jonathan dos Santos, Guardado – Vela, Peralta.
Se a Jamaica for capaz de estar ao nível a que jogou com os Estados Unidos pode vencer esta Gold Cup. Se o árbitro não inventar. O México já evidenciou dificuldades em penetrar defesas bem posicionadas e frente a Trindade e Tobago não se deu nada bem com uma equipa forte fisicamente.
Jamaica | 0-1 | México | WC 2014 (Q) |
México | 0-0 | Jamaica | WC 2014 (Q) |
Jamaica | 1-0 | México | WC 2010 (Q) |
México | 3-0 | Jamaica | WC 2010 (Q) |