Inglaterra – Islândia (Euro 2016)
A primeira vitória da Islândia na fase final de um campeonato da Europa permitiu garantir o segundo lugar do grupo F, beneficiando do empate entre Portugal e Hungria. A seleção que representa a pequena ilha do Atlântico Norte vai defrontar a Inglaterra nos quartos-de-final, que encerrou a participação no segundo lugar do grupo B.
Ao empatar com a Eslováquia no último jogo da fase de grupos, a Inglaterra perdeu o primeiro lugar para a congénere do País de Gales, que se impôs frente à Rússia de modo esclarecedor. Diante dos eslovacos, a formação inglesa dominou amplamente, jogou durante praticamente toda a partida no meio-campo contrário mas não foi capaz de ultrapassar a muralha defensiva do adversário. Apesar da qualidade que apresenta no ataque, a Inglaterra ficou em branco pela primeira vez neste campeonato da Europa. Roy Hodgson tirou as devidas conclusões e dispõe de unidades suficientes para escalonar o ataque de forma diferente, alterando as dinâmicas na tentativa de arranjar novas soluções. Não houve criatividade nem engenho para desmontar a organização contrária, num estilo de jogo que a Inglaterra tem dificuldades para contrariar, até mesmo pela natureza competitiva dos seus jogadores. Nos oitavos-de-final vai defrontar a seleção islandesa e a julgar pela prestação nórdica nafase de grupos, a seleção inglesa tem que estar preparada para um jogo com contornos idênticos ao que disputou diante da Eslováquia.
Na equipa inglesa, Adam Lallana é a única duvida. Ao olharmos para o onze provável da seleção inglesa, facilmente inferimos a sua tendência declaradamente ofensiva. Na frente de ataque, Harry Kane, avançado que ainda não se estreou a marcar nesta fase final, deverá voltar ao onze titular ocupando o posto de Jamie Vardy. Provavelmente terá a companhia de Sturridge, com Rooney e Alli a prestarem apoio.
Onze Provável: Hart, Rose, Smalling, Cahill, Walker, Dier, Henderson, Alli, Rooney, Sturridge, Kane
A Islândia tem vindo a revelar-se uma agradável surpresa. Em estreia na fase final de um campeonato da Europa, qualificou-se para os oitavos-de-final a partir do grupo F sem derrotas, empatando frente a Portugal (1-1) e Hungria (1-1) e triunfando diante da Áustria (2-1) na última jornada. A partir de agora, tudo o que vier, será por acréscimo. A seleção que representa o país mais pequeno de sempre a marcar presença na fase final de um Europeu é inferior à congénere inglesa no plano teórico, mas também o era em relação a Portugal e o encontro terminou empatado.
A prestação islandesa na fase de grupos não deixa margem para grandes duvidas quanto à abordagem que vai adoptar diante da Inglaterra. Optará por baixar o bloco, aproximará linhas e fará valer a solidariedade do seu coletivo, escudada numa capacidade do ponto de vista físico que tem vindo a revelar-se importante. Privilegiará o contra-ataque como forma de aproximação à área contrária, importando realçar também o perigo que poderá resultar das bolas paradas. O seleccionador sueco Lars Lagerback certamente mostrou aos seus jogadores o encontro entre Inglaterra e Eslováquia, pelo menos para exemplificar aquilo que pretende em momento defensivo.
Onze Provável: Halldórsson, Saevarsson, Arnason, Sigurdsson, Skúlason, Gunnarsson, Sigurdsson, Bjarnason, Gudmundsson, Bodvarsson, Sightorsson
Inglaterra e Islândia já se defrontaram duas vezes a título amigável. Em 1982, num jogo disputado em Reykjavik, o encontro terminou empatado a uma bola. No século XXI, mediram forças em 2004, na antecâmara do Euro realizado em Portugal, e a Inglaterra levou a melhor por 6-1, com dois golos da autoria de Wayne Rooney. A seleção inglesa é claramente favorita a seguir em frente, mas repetir um resultado tão volumoso quanto há 12 anos seria uma grande surpresa.