Herbalife Gran Canaria – Galatasaray (Eurocup)
Na segunda mão das meias-finais da Eurocup, o Herbalife Gran Canaria atua perante o seu público com o objetivo de repetir a presença na final desta prova. Para o alcançar, terá que recuperar de uma desvantagem de 14 pontos, depois de uma partida em Istambul que esteve longe de correr da forma planeada por Aíto Garcia Reneses. O técnico espanhol foi certeiro ao apontar a perda de equilíbrio, sobretudo após alguns falhanços ofensivos, com a equipa a tentar, em alguns momentos, decidir o jogo de forma pouco pensada. Esse facto beneficiou o Galatasaray, que até podia ter conseguido um resultado mais volumoso na primeira mãos.
Depois de dois primeiros períodos com muito equilíbrio entre as duas equipas, o terceiro período foi de total domínio para o Galatasaray, que chegou a ter dezanove pontos de vantagem sobre o seu adversário. Stephane Lasme e Chuck Davis foram dois elementos que demonstraram bem como a capacidade física da equipa turca no jogo interior fez sofrer o conjunto espanhol, que incapaz de parar a fuga dos turcos na tabela, tentavam à força da impulsividade retomar a consistência. Errick McCollum e Goksenin Koksal mostravam capacidade no tiro exterior, com Vladimir Micov a impor-se como o condutor de jogo. Mas no quarto período, o Herbalife Gran Canaria voltou a acertar-se com o seu plano de jogo e conseguiu reduzir a diferença para um número que ainda lhe permitirá lutar, ainda que, com a consciência da dificuldade de ultrapassar uma equipa como o Galatasaray. Alen Omic e Pablo Aguilar foram os únicos dois jogadores que passaram incólumes ao quase desastre que se sucedeu em Istambul.
O que poderá melhorar o Herbalife Gran Canaria nesta segunda mão? Quase tudo. Para começar, é fundamental que a equipa consiga ser mais combativa no capítulo dos ressaltos, ponto essencial para equilibrar o número de posses de bola disponíveis entre as duas equipas. Eulis Baez esteve muito aquém do esperado neste ponto e poderá ter que dar bastante mais à sua equipa. Depois, espera-se que Kevin Pangos possa também voltar a apresentar-se ao seu melhor nível. O rookie canadiano tem sido alvo de muitos elogios ao longo da temporada, necessitando, agora, de o comprovar num momento decisivo. Em Istambul, esteve aquém do que pode dar, falhando muitas vezes no tiro exterior, um pouco à imagem do veterano base Albert Oliver. Se a equipa de Aíto conseguir melhorar nestes dois pontos e segurar, assim, o jogo ofensivo do Galatasaray, pode ter algumas esperanças.
Para o Galatasaray as perspectivas são totalmente diferentes. Gerir uma vantagem de 14 pontos obriga, no entanto, a não deixar que as coisas pareçam demasiado fáceis. Para Ergin Ataman, é importante que a equipa entre concentrada tal como se o jogo começasse a zeros, sabendo que tem essa diferença para se salvar de algum acontecimento inesperado durante o jogo. A sua equipa possui mais experiência competitiva e também maior capacidade de reação ao jogo, tendo em conta as opções mais fortes que possui no banco. Mas se o seu cinco mais forte continuar a render ao nível habitual, Ataman não deverá ter problemas para assegurar a vitória. Uma entrada forte no jogo pode, sobretudo, fazer deste jogo uma excelente experiência para os turcos, mostrando-lhes que também se podem apurar jogando o seu primeiro jogo em casa.
Num jogo onde o Herbalife Gran Canaria entra com toda a responsabilidade, caberá ao Galatasaray parar a ambição do conjunto espanhol. Apesar de se esperar uma imagem muito mais positiva dos canários, deverão ser os turcos a seguir para a final, não se afastando a ideia de que estaremos, nesta eliminatória, a viver uma final antecipada.
