Gana – Uganda (Taça das Nações Africanas)
O último grupo a entrar em campo na presente edição da Taça das Nações Africanas 2017 é o D, com o Gana, uma das equipas que ano após ano se vai evidenciando entre as favoritas, a defrontar o Uganda, uma seleção que há já muito tempo não tem a oportunidade de pisar um palco desta dimensão. Num grupo que tem tudo para ser muito equilibrado, com Egito e Mali a estarem a um nível bastante elevado e capazes de discutir o apuramento com o Gana, um ponto perdido para uma eventual surpresa ugandesa pode ser uma péssima forma de começar este torneio. Responsabilidade máxima para os ganeses, enquanto o Uganda entra em campo sem nada a perder.
A seleção do Gana atingiu sempre as meias-finais nas últimas cinco edições da CAN. Isso não faz dos ganeses os principais favoritos para a presente edição da prova (já explicaremos porquê), mas ajuda a perceber como é que este país tem vindo a ser uma força presente nos momentos decisivos da grande competição do futebol africano, ano após ano. Apesar de “só” ter ganho por quatro vezes a CAN, o Gana sempre foi uma das grandes forças do continente. Após 1992, apenas falhou uma edição e apenas em outras duas se ficou pela fase de grupos. Este ano, a equipa orientada pelo israelita Avram Grant terá como os seus principais perigos os irmãos Ayew, ainda que o plantel seja muito equilibrado e apresente boas respostas para todos os setores. Defensivamente, o Gana é uma seleção que costuma apresentar bastante acerto e ao nível do meio-campo a equipa vai tendo cada vez mais opções para impor um ritmo elevado no encontro. Falta, este ano, que Asamoah Gyan, o seu homem-golo, esteja a um nível competitivo mais elevados, mas talvez já tenha entrado no declínio da sua carreira, apesar de ter 31 anos. Um empate caseiro com o Uganda e uma derrota no Egito em jogos do apuramento para o Mundial 2018 lançam também bastante pressão sobre um treinador que tem mesmo que vencer jogos nesta edição da CAN.
Onze Provável: Brimah Razak – Afful, Mensah, Boye, Baba Rahman – Amartey, Wakaso, Partey – Atsu, Jordan Ayew, André Ayew.
O Uganda não atingia a fase final de uma CAN desde 1978, com as dificuldades do país a atrasarem a afirmação do seu futebol. Felizmente para os ugandeses, a estabilidade conseguida nos últimos anos poderá ser o seu maior trunfo para esta edição da Taça das Nações Africanas, onde o Uganda chega com um plantel e um treinador que trabalham desde 2013 juntos, a preparar o regresso à alta roda do futebol africano. Micho Sredojevic trabalha desde 2001 em África, com passagens por equipas do Uganda, Tanzânia, África do Sul e Etiópia, antes de ter pegado na seleção do Ruanda, onde esteve dois anos, antes de ser chamado para a seleção ugandesa. A equipa não terá grandes nomes, mas é um projeto em construção que deixa adivinhar já largas qualidades. Denis Onyango é o guarda-redes dos Mamelodi Sundowns, vencedor da Liga dos Campeões Africanos e considerado o melhor jogador do ano a atuar no continente. Esse facto fará dele uma peça central de uma equipa que aposta, sobretudo, num jovem jogador de 19 anos, Faruku Miya, que atua no Standard Liège, da Bélgica, mas que tem já larga experiência na sua seleção. Na fase de apuramento, o Uganda ficou em segundo lugar, atrás do Burkina Faso, superando o Botswana e as Comoros no seu grupo, mas sendo um dos repescados para estar entre os 16 apurados.
Onze Provável: Oyango – Wadada, Juuko, Isinde, Ochaya – Aucho, Mawejje, Wasswa – Miya, Massa, W. Kizito.
Gana e Uganda disputaram a final da CAN em 1978, a última dos ugandeses. Desde então, vários jogos entre as duas equipas já neste século, com o Gana a vencer pela última vez num amigável, em 2009, e o Uganda a bater o seu rival em 2014, em jogo da fase de qualificação para a CAN do ano seguinte.
São os ganeses os principais favoritos à vitória, ainda que no atual contexto das duas equipas, o Uganda estará com fortes probabilidades de conseguir criar problemas aos ganeses. Jogo muito interessante, ainda que a responsabilidade esteja, de facto, do lado do Gana.