Galatasaray – Herbalife Gran Canaria (Eurocup)
Não parecerá exagerado dizer que, das duas meias-finais da Eurocup, esta é aquela que potencialmente poderá indicar o vencedor final da competição. Não só porque teremos em campo a equipa com maior poderio económico das quatro que atingem esta fase – mesmo que essa “qualidade” não tenha valido para outras tantas equipas que ficaram pelo caminho -, como também por termos uma equipa que fez esta caminhada na temporada passada para apenas perder na final. Mas para além do dinheiro e da experiência, há ainda o facto de estarmos perante equipas de dois dos campeonato mais disputados e de nível mais elevado da Europa, com a Turquia a ser poiso de muitas estrelas e a Espanha a manter-se como a Liga onde se joga com maior intensidade. Sem desprimor para o Dolomiti Trento ou para o SIG Strasbourg, assistiremos a este jogo como quem assiste a uma final antecipada.
Começar uma eliminatória em casa será uma novidade para o Galatasaray na presente edição da Eurocup, tendo em conta que os turcos eliminaram o Pinar Karsiyaka e o Bayern de Munique começando por perder fora para depois recuperar o resultado perante o seu público. A questão que se coloca aqui é se o Galatasaray conseguirá vencer por uma vantagem tal que lhe permita viajar com tranquilidade até às Ilhas Canárias, o que parece pouco provável. No único confronto realizado, este ano, frente a equipas espanholas, no caso, o CAI Zaragoza, a equipa do Galatasaray somou uma vitória e uma derrota estrondosas, vencendo na Turquia por 35 pontos e perdendo em Espanha por 17 pontos – sublinhando-se, aqui, o facto de não estarmos perante uma eliminatória mas dois jogos da fase de grupos. Talvez por isso se possa retirar pouco desse jogo para extrapolar para a meia-final. A equipa baseia-se na capacidade de Errick McCollum, Blake Schilb e Stephane Lasme, conduzidos por Vladimir Micos, para brilhar neste nível.
Já para o Herbalife Gran Canaria começar fora é um bom hábito, já que foi nos pavilhões adversários que venceu o Limoges e o Stelmet Zielona Gora, para depois limitar-se a gerir vantagens em casa. Uma vez mais a equipa de Aíto Reneses tentará impor o seu jogo, ainda que o perfil deste adversário aponte para uma maior exigência. Nada que seja estranho a um grupo que, na temporada passada, atingiu a final e pretende repor o seu estatuto e reconhecimento, depois de ter falhado nos jogos decisivos. É, sobretudo, com essa mensagem que a equipa do Gran Canaria está bem perto de uma nova final europeia. Kevin Pangos, sobre quem existiam algumas dúvidas por estar no seu primeiro ano de profissional, tem sido um líder de equipa à altura dos acontecimentos, com Alen Omic e Sasu Salin a contarem-se entre os mais regulares. Eulis Baez, DJ Seeley, Brad Newley ou Xavier Rabaseda são outros elementos a ter em conta, numa equipa que tem ainda jogadores muito rodados como Albert Oliver ou Pablo Aguilar.
As duas equipas encontraram-se numa prova europeia, em 2008, com o Galatasaray a jogar primeiro em casa e a vencer por 25 pontos, gerindo depois essa vantagem apesar de ter perdido na Gran Canaria por 9 pontos.
O quadro das duas equipas é bem diferente nos dias de hoje e o crescimento do Herbalife Gran Canaria tornará a eliminatória bem mais equilibrada.