Gael Monfils – Milos Raonic (Open da Austrália)

Monfils e Raonic vão protagonizar o último jogo dos quartos de final do Open da Austrália. O francês venceu o russo Andrey Kuznetsov em quatro sets para chegar pela primeira vez a esta etapa, em Melbourne. O canadiano fez o resultado sensação dos oitavos de final, ao eliminar um dos candidatos ao título, Stan Wawrinka. Quando entrarem em court já saberão quem espera o vencedor na meia-final: se Ferrer ou Murray.

Aconteça o que acontecer, Gael Monfils já está a fazer a sua melhor prestação de sempre no Open da Austrália. Em 2009 chegou aos oitavos de final e desde então não passou da terceira ronda. É certo que o francês, vigésimo quinto do ranking, parece estar na sua habitual e espetacular forma física. Mas também é certo que, até ao momento, ainda não teve um desafio particularmente exigente. Na primeira ronda enfrentou o japonês Sugita (124º), que bateu em sets diretos (6-1, 6-3, 6-2). Seguiram-se dois compatriotas. Nicolas Mahut pertence ao top-70 (7-5, 6-4, 6-1) mas o veterano Robert é o número duzentos e vinte e cinco do circuito (7-5, 6-3, 6-2). Nos oitavos mediu forças com o jovem Andrey Kuznetsov (7-5, 3-6, 6-3, 7-6) e apesar de ter continuado a entusiasmar as bancadas com os seus voos e movimentos acrobáticos já sentiu algumas dificuldades. O russo, septuagésimo quarto do ranking, roubou mesmo o segundo parcial e obrigou Monfils a um tie break no quarto set, para fechar a partida.

Milos Raonic terminou 2015 fora do top-10 em boa parte devido a problemas físicos que foi sentindo. Mas para tirar qualquer dúvida quanto às suas ambições para a nova temporada, mergulhou em 2016 de cabeça e em grande estilo. Antes de viajar para Melbourne, o canadiano de vinte e cinco anos passou por Brisbane para reclamar o título, derrotando na final Roger Federer com um duplo 6-4. É evidente que Milos quer deixar rapidamente o décimo quinto lugar da hierarquia e regressar ao grupo de elite.

No Open da Austrália, Milos Raonic tem evidenciado uma excelente condição física. A sua grande arma – o serviço – está melhor do que nunca mas o seu vólei também melhorou muito mas o mais recente acrescento é o jogo na rede. Os adversários da primeira e terceira ronda, respetivamente Lucas Pouille (6-1, 6-4, 6-4) e Viktor Tricki (6-2, 6-3, 6-4) foram despachados com facilidade. Já Tommy Robredo, na segunda eliminatória, exigiu bastante mais. Dois tie breaks (7-6, 7-6, 7-5) mas isso não é coisa que intimide alguém com as capacidades de Raonic. Ao chegar aos oitavos de final o panorama ficou mais sério. Pela frente tinha o campeão do Open da Austrália de 2014 e de Roland Garros 2015. Stan Wawrinka tinha ganho os quatro confrontos anteriores com Raonic, mais uma razão para não ter as probabilidades do seu lado. Foram precisas quase quatro horas em court e cinco sets mas por fim o canadiano levou a melhor (6-4, 6-3, 5-7, 4-6, 6-3). Milos entrou muito bem na partida, reclamando os dois primeiros sets de forma autoritária. Mas Wawrinka não é um jogador qualquer e reagiu à altura nos dois sets seguintes. Mas assim que entrou no decisivo, Raonic manteve-se sólido e o suíço sentiu dificuldades no serviço. O canadiano ganhou setenta e nove por cento de pontos com o primeiro serviço, vinte e quatro ases e oitenta e dois winners ao longo do encontro.

Desta forma Milos iguala, pelo menos, a sua melhor marca de sempre no Major Australiano, os quartos de final da edição passada. Nessa altura foi afastado por Djokovic.

2013	Halle	Monfils	2		6	6				1R
		Raonic	0		4	2
2011	Estocolmo	Monfils	2		6	6	6			SF
		Raonic	1		7	4	3

Gael Monfils lidera a série de confrontos diretos, com duas vitórias contra zero de Milos Raonic. Mas o mais recente desses encontro foi já há três anos, altura em que o canadiano estava a despontar na alta-roda do circuito. Neste momento, deve haver muito maior equilíbrio entre os dois.