França – Letónia (Eurobasket 2015)
A jogar em casa na fase decisiva do Eurobasket 2015, a França alimenta naturais ambições de repetir o título de há dois anos atrás. Neste momento, a equipa pode não ter ainda dado sinais de especial brilhantismo, mas as chaves para chegar longe estão mesmo lá. Perante a Letónia, ainda não será desta que enfrentará uma equipa que esteja totalmente ao seu nível. Um plano colectivo apurado vale este sucesso aos letões, que conseguiram ultrapassar a Eslovénia no jogo dos oitavos. Derrotar a França poderá parecer demasiado, mas, por vezes, os sonhos realizam-se mesmo.
A base da equipa francesa está bem definida. A liderar a equipa, Tony Parker. Depois de conquistado o Eurobasket 2013, o base dos San Antonio Spurs tem como objetivo mínimo atingir os Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, onde poderia fechar com chave de ouro a sua carreira na seleção francesa. Para lá chegar, para ficar apenas um passo mais perto, terá que ajudar a sua equipa a ultrapassar a Letónia. Nando de Colo tem sido a figura de importância ofensiva na equipa francesa, contando com a larga experiência de Nicolas Batum e Boris Diaw. Para lá da experiência, a França tem ainda juventude que continua a dar cartas. Rudy Gobert demonstra ser um poste à altura das necessidades da equipa, enquanto Joffrey Lauvergne e Evan Fournier são peças fundamentais de uma rotação que tem colocado grandes problemas a todos os adversários. Com Mickael Gelabale e Florent Pietrus a completarem a rotação principal, Vincent Collet enfrenta com tranquilidade o jogo dos quartos-de-final.
A Letónia teve uma boa prestação na fase de grupos, apesar de ter perdido para a Lituânia, num jogo em que foi uma sombra de si própria, e com a Ucrânia, por apenas um ponto, mas ainda assim suficiente para conseguir terminar em segundo lugar do seu grupo. Perante a Eslovénia, a vitória surgiu com naturalidade, tendo em conta o excelente jogo coletivo preparado pelo técnico Ainars Bagatskis. Janis Strelnieks foi o jogador com melhor rendimento ofensivo, somando 17 pontos, 8 assistências e 6 ressaltos. Kaspars Berzins também esteve em muito bom plano, fortíssimo a defender e Kristaps Janicenoks a revelar-se muito bem no tiro exterior. Janis Blums e Rolands Freimanis são dois jogadores de maior experiência competitiva que podem bem fazer a diferença em jogos mais exigentes, mais não seja pela liderança que podem impor no grupo.
Três jogos entre as duas seleções nos últimos Europeus valeram sempre vitórias para a França, com as diferenças pontuais a rondar os dez pontos.
Total favoritismo para a França que deverá conseguir, com maior ou menor dificuldade, ultrapassar a Letónia. Os franceses têm estado em bom plano e resolvido os problemas que lhes surgem pela frente. Para os letões, uma vez atingidos os quartos-de-final, não têm nada a perder a partir daqui. Tentarão entrar nos lugares que podem dar ainda presença na luta pelos Jogos Olímpicos, explorando todas as suas forças até ao limite.