Fabio Fognini – Rafael Nadal (US Open)
Rafa Nadal bateu o argentino Diego Schwartzman em sets diretos e agora tem encontro marcado com Fabio Fognini, um dos tenistas do circuito que lhe deu mais trabalho este ano. O italiano também ultrapassou Pablo Cuevas sem ceder um parcial. Vamos ver como as condições rápidas de Flushing Meadows mexem com esta rivalidade.
Aconteça o que acontecer Fabio Fognini já igualou a sua melhor classificação de sempre no Open dos Estados Unidos, uma terceira ronda em 2012, na qual foi afastado por Andy Roddick. Na jornada inaugural teve pela frente um homem da casa e Steve Johnson até conseguiu vencer logo o primeiro set. Mas Fognini reagiu e fechou os dois parciais seguintes com alguma naturalidade. O set decisivo foi bem mais renhido e acabou por ter que ser decidido no tie break (2-6, 6-3, 6-4, 7-6). Na segunda ronda teve pela frente Pablo Cuevas e o espanhol revelou-se um adversário mais simples de ultrapassar (6-3, 6-4, 6-4). Agora vai medir forçar com Rafa Nadal e Fognini já estará a planear explorar a inconsistência que o antigo número um evidenciou nos seus encontros no US Open. O italiano eliminou Nadal duas vezes este ano, a jogar em terra batida. Não são muitos os que podem colocar isso no currículo. A primeira aconteceu em fevereiro, no Rio de Janeiro, na semifinal (1-6, 6-2, 7-5), tendo sido de seguida batido por David Ferrer, na final. A segunda foi em Barcelona, nos oitavos, desta vez em dois parciais (6-4, 7-6). Parecia que Fognini tinha definitivamente tirado as medidas ao jogo do menorquino. Mas em agosto Rafa libertou-se do enguiço, vencendo o jogo do título em Hamburgo, também no seu piso preferido (7-5, 7-5). Não foi fácil, os dois parciais seguiram taco a taco até aos dois jogos de fecho, mas quebrou-se esse ascendente mental do italiano.
O piso rápido não é a praia de Fognini, como também não é aquele em que Nadal se sente mais confortável.
Rafael Nadal chegou a Nova Iorque sem pressão. Há mais de uma década que o espanhol vem os US Open e desde 2004 que não tinha um estatuto tão baixo – é só o oitavo cabeça de série do torneio. Ninguém o coloca no rol dos candidatos ao troféu. Andou a fazer ações de promoção a roupa interior e perfumes. Muita gente se perguntou onde estava o Rafa de antigamente, tão dedicado ao seu plano de treinos e rotina de preparação.
A primeira entrada em court foi frente a Borna Coric (6-3, 6-2, 4-6, 6-4), um adolescente talentoso que vem subindo no ranking a passos largos e já o tinha batido no único confronto entre ambos. Duas coisas ficaram claras nesta partida. Fisicamente – nas movimentações, acelerações e resistência – Nadal está cada vez mais perto daquilo que dele conhecemos. Mas mentalmente a semente da dúvida ainda resiste e o espanhol continua a questionar as suas opções em momentos decisivos, e isso provoca os altos e baixos que vimos na partida de quarta-feira, com Schwartzman. Em contraponto também parece mais capaz de invocar a sua vontade para anular esses momentos mais comprometedores. No frente a frente com o argentino, Rafa até entrou muito bem. O serviço estava a funcionar e aproveitou para tomar a dianteira. Mas depois do impacto inicial o adversário começou a testar respostas e ao perder o jogo para 5-3 Nadal sentiu que o controlo lhe escapava e ficou tudo muito incerto. O argentino teve todo o mérito porque jogou de forma agressiva e nunca teve receio de arriscar o ponto, como o espanhol reconheceu. Mas Rafa continuou sempre na luta e mesmo tendo estado com um break de desvantagem nos dois últimos parciais foi capaz de lhes dar a volta.
2015 | Hanburgo | Nadal | 7 | 7 | F | |||
Fognini | 5 | 5 | ||||||
2015 | Barcelona | Fognini | 6 | 7 | R16 | |||
Nadal | 4 | 4 | ||||||
2015 | Rio de Janeiro | Fognini | 1 | 6 | 7 | SF | ||
Nadal | 6 | 2 | 5 | |||||
2014 | Miami | Nadal | 6 | 6 | R16 | |||
Fognini | 2 | 2 | ||||||
2013 | Beijing | Nadal | 2 | 6 | 6 | QF | ||
Fognini | 6 | 4 | 1 | |||||
2013 | Roland Garros | Nadal | 7 | 6 | 6 | 3R | ||
Fognini | 6 | 4 | 4 | |||||
2013 | Roma | Nadal | 6 | 6 | 2R | |||
Fognini | 1 | 3 |
Nadal lidera os confrontos diretos com cinco contra duas vitórias de Fognini. O italiano venceu os dois primeiros duelos do ano – no Rio e em Barcelona – mas em Hamburgo o espanhol voltou aos triunfos, para conquistar o seu terceiro troféu de 2015, e o primeiro da série ATP 500.