Fabio Fognini – Alexander Zverev (ATP Masters Roma)
Fabio Fognini teve, por fim, a sua noite perfeita no Foro Italico. O italiano jogou de forma a roçar a perfeição e deixou o número um mundial sem resposta. Mas o maior desafio para Fognini será manter o nível nas próximas exibições. Alexander Zverev olha com expetativa para o duelo dos oitavos de final e confessa que lhe agrada o apoio das bancadas ao italiano, mesmo que na quinta-feira isso possa jogar contra si.
Demorou mas aconteceu. A dias de completar trinta anos Fabio Fognini teve a sua noite de glória no Masters 1000 de Roma. Na terça-feira à noite o italiano fez uma partida a roçar a perfeição, deixando o número um mundial sem resposta. Pode-se sempre sublinhar que Andy Murray (6-2, 6-4) continuar a patinar e não encontra fluidez no seu jogo. Mas seria muito injusto para o tenista da casa. É que Fognini, tantas e tantas vezes acusado, com justa causa, de ser capaz do melhor e pior num abrir e fechar de olhos, esteve irrepreensível. E para um homem como ele, tão inconstante, tão fecundo em altos e baixos, ter conseguido manter o nível altíssimo da exibição sem se desconcentrar, é um feito tremendo.
Fognini geriu com mestria as movimentações em court, sabendo dosear muito bem as pancadas de fundo do court com o avançar para uma posição intermédia, atacando o ponto. Murray ainda tentou abrir os ângulos das pancadas mas como o italiano esteve quase sempre na antecipação raramente foi apanhado desprevenido.
Depois de várias partidas no Foro Italico em que Fognini e o público se travaram de razões, ontem as duas partes fizeram as pazes. Ao longo de toda a partida as bancadas foram incansáveis no apoio do tenista italiano e tudo se prepara para o segundo round. Sabe-se lá até onde o número vinte e nove do ranking pode chegar em Roma se se sentir acarinhado e conseguir evitar os erros não forçados.
Alexander Zverev confessa que lhe agrada essa relação especial entre um tenista e o público das bancadas e que gosta, em particular, da espetacularidade do ténis de Fognini. Mesmo que na quinta-feira esse ambiente possa jogar contra si. O jovem alemão de vinte anos, atualmente no décimo sétimo posto do ranking ATP, tem vindo a conseguir esta temporada os resultados regulares que lhe proporcionaram progredir na hierarquia mundial de forma sustentada.
Na primeira semana de maio o alemão conquistou o título no ATP de Munique, derrotando Guido Pella (6-4, 6-3). Foi o terceiro de carreira – depois de ter ganho São Petersburgo em 2016 e Montpellier já este ano – e o primeiro em terra batida. Em Monte Carlos e Barcelona resistiu até aos oitavos de final, onde cedeu diante de Nadal (6-1, 6-1) e Chung (6-1, 6-4), respetivamente. No Masters de Madrid avançou mais um degrau, até aos quartos, tendo sido afastado por Pablo Cuevas em três sets (3-6, 6-0, 6-4).
No Internazionali BNL d’Italia, Zverev eliminou Kevin Anderson (6-4, 4-6, 6-4) na primeira ronda e Viktor Troicki (6-3, 6-4), na etapa seguinte. Desde o primeiro instante o embate com o sérvio foi de sentido único. Zverev venceu oitenta e um por centos dos pontos de serviço de que dispôs e não chegou a enfrentar nenhum ponto de break.
Será a primeira vez que Fabio Fognini e Alexander Zverev se defrontam. De um lado um certo virtuosismo instável; do outro um jovem que se está a tornar um caso sério de regularidade e evolução, que já venceu alguns dos jogadores de topo do circuito. Para ambos o desafio será exigente.