Estados Unidos – Brasil (Jogos Panamericanos 2015)
Estados Unidos e Brasil já garantiram a sua presença nas meias-finais do Basquetebol dos Jogos Panamericanos, tendo agora esta partida para decidir quem passará em primeiro lugar e quem passará em segundo. Quando entrarem em campo também saberão, já, qual a arrumação do outro grupo, ficando a saber quem jogará com o Canadá, mais do que provável apurado para a fase decisiva da prova, e quem será o outro adversário ainda em jogo, com República Dominicana, México e Argentina a deverem ter que ir ao cesto-average para descobrir quem alimenta ainda as esperanças de um apuramento.
Os Estados Unidos conseguiram duas vitórias relativamente fáceis nas partidas disputadas até agora nos Jogos Panamericanos, mas precisam de comprovar a sua superioridade contra aqueles que serão o seu adversário mais forte no grupo. 85-62 sobre a Venezuela e 102-70 sobre Porto Rico são assim prémios do passado, para um conjunto que, estando muito longe do real valor que uma seleção norte-americana pode alcançar, comprova uma vez mais a enormidade de talento que sai deste país na modalidade de basquetebol. Damian Wilkins, que depois de várias temporadas a atuar na NBA jogou no ano passado na D-League e representa atualmente uma equipa da Liga de Porto Rico, tem sido o elemento mais perigoso da seleção norte-americana, destacando-se como o melhor marcador. Bobby Brown e Anthony Randolph, com carreiras dispersas pela China e Europa, são outras duas armas ofensivas, enquanto o ainda universitário Kaleb Tarczewski tem aproveitado a experiência para subir a sua cotação como ressaltador. Curiosamente, o NBA Ryan Hollins acaba por ter um papel reduzido na ação da equipa, não se sabendo se poderá estar a ser guardado para confrontos mais importantes nesta segunda metade da prova. Mark Few, selecionador americano que é também o técnico principal da Universidade de Gonzaga, tem a palavra.
O Brasil passeou frente a Porto Rico, alcançando uma vantagem enorme logo no primeiro período, perante uma equipa que, a defender zona, deu todo o espaço para o acerto do lançamento exterior brasileiro, acabando por vencer por 92-59. Frente à Venezuela, as coisas não foram tão fáceis, mas também há algum conforto em bater o seu adversário por 79-64. Por isso mesmo o Brasil chega ao encontro decisivo do seu grupo com as esperanças intactas no poder terminar em primeiro e, assim, evitar muito provavelmente o Canadá, país organizador. Mesmo sem contar com Raulzinho Neto, que acabou por não regressar ao convívio da seleção depois de ter assinado pelos Utah Jazz, o Brasil tem contado com a inspiração de Vitor Benite, um jovem lançador que vai fazendo mossa nesta prova. Com Larry Taylor a funcionar como rotação mais experiente e Rafa Freire Luz muito forte na condução da equipa, acaba ainda por sobressair o interior Rafael Hettsheimer, que para além dos ressaltos, não abdica de ser uma arma ofensiva a partir dos três pontos. Augusto Lima, também a oferecer grande capacidade de ressalto ao conjunto canarinho, será uma arma importantíssima para tentar parar a equipa norte-americana.
As duas seleções defrontaram-se num amigável em 2014, mas com equipas bem diferentes, na preparação para o Mundial de Basquetebol. Os Estados Unidos venceram, em Chicago, por 95-78.
O favoritismo dos norte-americanos é indiscutível, mas a equipa brasileira poderá marcar a sua posição, graças a uma equipa muito mais experiente na sua rotação. Se conseguirem acertar defensivamente, os canarinhos podem sonhar.