Espanha – Noruega (Europeu Sub-21)
Na primeira meia-final do Campeonato Europeu de Sub-21, a Espanha tentará confirmar o seu favoritismo perante a Noruega, uma das boas surpresas desta prova. Se os espanhóis pareceram soltar-se no último encontro do Grupo B, quando bateram a Holanda por 3-0 com uma equipa composta por segundas escolhas, os noruegueses entraram tímidos no torneio, mas acabaram por demonstrar ser uma equipa de excelente futebol e com capacidade física para enfrentar qualquer adversário. Nas meias-finais, terão um grande teste à sua eficácia.
A Espanha aproveitou a última jornada do seu grupo, frente à Holanda, para descansar os seus principais jogadores, um pouco à imagem de todos os outros semi-finalistas, mas alcançou um resultado que poderá ter efeitos bem positivos para o que resta desta competição. Ao bater a seleção laranja por 3-0, os espanhóis libertaram-se das amarras que apresentaram nos jogos iniciais. Obviamente que uma defesa menos intensa sobre as suas peças fulcrais permitiu o aumento do aproveitamento dos jovens de La Rojita, mas a Espanha precisava, claramente, de ganhar essa confiança que a empurrará até à final. Julen Lopetegui procurará explorar essa libertação no encontro frente à Noruega, onde é possível que Thiago Alcântara possa surgir mais liberto, devido ao facto do meio-campo norueguês não ser tão duro como o dos adversários anteriores. Posicionalmente, a dupla Illarramendi e Koke terá uma luta de titãs com os médios noruegueses, libertando Thiago no espaço ofensivo. Isco e Tello abrirão nos flancos, procurando Morata, entre os centrais, em posição de decidir. Deverá ser mesmo essa a grande alteração na equipa de Lopetegui. Morata tem estado imparável, conquistando a titularidade com golos.
Onze provável: De Gea – Montoya, Bartra, Iñigo Martínez, A. Moreno – Koke, Illarramendi, Thiago Alcântara – Tello, Morata, Isco.
A Noruega, até pela circunstância de não ter tido disponíveis quatro jogadores na abertura da competição – devido a compromissos na Seleção AA -, foi das equipas que mais rodou os seus jogadores na fase de grupos. Terminou em segundo no Grupo A, mas ficou bem perto de o vencer – a minutos, aliás -, tendo sofrido o golo do empate com a Itália em cima dos 90’. Depois de ter tremido frente a Israel, as exibições personalizadas frente a Inglaterra e Itália permitem colocar a Noruega entre as melhores equipas em prova. Tor Olle Skullerud tem ainda a vantagem de poder jogar com a surpresa, por ter no seu grupo um alargado número de jogadores que podem ser titulares. Ainda assim, na forma, a equipa norueguesa tem sido estável. Uma linha defensiva de quatro jogadores muito poderosos fisicamente, com centrais que dão pouco espaço e sobem muito bem nas bolas paradas – Rogne e Semb Berge deverão ser os escolhidos. No meio-campo, um triângulo com duas características de sublinhar. Força física e excelente controlo de bola. É desse trio que sairá o ritmo do jogo norueguês, mais expectante, frente à posse de bola espanhola, mas sempre muito oportuno na busca dos corredores, onde dois alas muito rápidos terão espaço, e na frente de ataque, onde Pedersen tem sido exemplar a ganhar duelos com os centrais.
Onze provável: Nyland – Elabdellaoui, Rogne, Semb Berge, Strandberg – Berisha, Henriksen, Eikrem – Berget, Pedersen, Nielsen.
Em suma, a Noruega tem capacidade para dar mais luta à Espanha do que seria previsível, podendo até ser dos conjuntos que mais equilibre as contas da posse de bola. No entanto, com um meio-campo mais criativo do que defensivo, isso abrirá um caminho para que os espanhóis cheguem à frente mais libertos. Será nessa zona de terreno que se disputará a presença na final. Favoritismo, claro, para a Espanha, num encontro onde ambos os conjuntos poderão alcançar o golo e prolongar a indefinição quanto ao vencedor.
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