Espanha – Polónia (Eurobasket 2015)
Chegaram os jogos a eliminar no Eurobasket 2015 e a partir de agora, qualquer fragilidade será castigada com o pior dos castigos: a eliminação da prova. A Espanha entrou como favorita à vitória, mas na fase de grupos deixou muito a desejar, demonstrando fraquezas e lacunas que lhe poderão custar bem caro. A Polónia surpreendeu pelo número de soluções apresentadas e por ter um plantel onde a juventude não significou falta de capacidade para ser competitivo ao mais alto nível.
Quanto vale realmente esta Espanha é uma boa questão para lançar a discussão sobre um dos jogos mais esperados dos oitavos-de-final do Eurobasket. A equipa de Sergio Scariolo entrou a perder perante a Sérvia, sentindo logo aí que poderia ver-lhe fugir o primeiro lugar do seu grupo. As coisas só não foram piores porque, mesmo perdendo com a Itália, viu-lhe ser favorável o facto de a Turquia ter batido os italianos. Assim, duas derrotas e três vitórias – perante Turquia, Islândia e Alemanha -, mesmo com enormes dificuldades neste último encontro, que poderia ter sido a diferença entre ter passado como segundo classificado do grupo ou ter acabado eliminado logo na fase de grupos. Pau Gasol e Nikola Mirotic têm sido os jogadores mais influentes da equipa em termos ofensivos, sendo verdade que a experiência do mais velho dos Gasol tem ajudado a esquecer um pouco a ausência do irmão Marc. No entanto, com Rudy Fernandez muito longe do seu melhor, tem faltado maior poder de decisão a Sergio Llull e a Sergio Rodriguez. Passará, sem dúvida, por um destes dois a capacidade para impor diferentes ritmos de jogo perante os polacos. Pau Ribas, em vésperas de se apresentar em Barcelona, tem sido a boa surpresa desta equipa.
A excelente campanha da Polónia ficou a pouco, muito pouco, de poder ser ainda melhor, dois pontos, para ser concreto, caso não tivesse perdido para Israel. Para além dessa derrota, apenas uma outra, talvez mais natural, com a França, mas também por apenas três pontos. Enorme, mesmo, a Polónia, a mostrar que é muito mais do que Marcin Gortat. Bósnia Herzegovina, Rússia e Finlândia acabaram por ficar pelo caminho e, neste momento, o conjunto polaco tem mesmo a crença de poder também ultrapassar a Espanha, caso se consiga superar sobre as fragilidades dos espanhóis. Adam Waczynski é o jogador que se tem demonstrado a melhor nível, cotando-se como um temível lançador, complementando a presença de Gortat no jogo interior. O naturalizado AJ Slaughter, o extremo Mateusz Ponitka e a dupla composta por Aaron Cel e Damian Kulig, na posição 4, completam uma rotação que tem tudo para poder sonhar.
A história recente dos confrontos entre estas duas seleções, deram sempre vitória para a Espanha.
As odds das casas de apostas indicam que uma vitória espanhola é, de facto, o resultado mais provável. Mas perante uma equipa que tem também muita capacidade no jogo interior – e alguém que pode mesmo conseguir parar Pau Gasol – esperam-se outras soluções da equipa de Sergio Scariolo. Se aparecem ou não, poderá depender disso a capacidade dos espanhóis seguirem para os quartos-de-final.