Espanha – Lituânia (Eurobasket 2015)
Olhando para as previsões deste Eurobasket 2015, a Espanha parece ter cumprido com as melhores expetativas, ainda que a sua presença nesta final seja devedora, em grande parte, da qualidade de jogo de Pau Gasol, que estará a fazer a sua melhor prova de sempre e a revelar estar num nível de conhecimento de jogo e de capacidade física de fazer inveja aos seus melhores dias, agora que tem 35 anos. Já a Lituânia pode bem ser vista como uma surpresa no jogo decisivo, já que apesar de ter sido dada como favorita a vencer o seu grupo, teria pela frente vários candidatos mais fortes. Nas meias-finais, provou exatamente o contrário e lutará, agora, por um título europeu que lhe foge desde 2003.
A Espanha cumpre a sua tradição. Depois de uma prova começada com o pé esquerdo, com uma derrota perante a Sérvia, seguida de uma vitória fácil com a Turquia e nova derrota perante a Itália, o susto de poder ficar de fora logo na fase de grupos e a salvação a surgir, depois de bater a Islândia, da parte de um lance livre falhado pela Alemanha nos momentos finais do último jogo em Berlim. Nos encontros a eliminar, a Espanha voltou a estar mais forte do que a Polónia, tendo sentindo maiores dificuldades para ultrapassar a Grécia e a França, esta apenas depois de jogar o prolongamento. Em todos estes encontros um denominador comum. Pau Gasol. 25,6 pontos e 8,4 ressaltos de média nas partidas disputadas, 40 pontos na meia-final frente aos franceses. Parar Gasol seria parar a Espanha, mas até este momento, nenhuma equipa foi capaz de parar o veterano dos Chicago Bulls. A fragilidade da Espanha está na sua rotação limitada, para além do facto de Rudy Fernandez e Sergio Llull também estarem aquém do seu melhor. Sergio Rodriguez, Nikola Mirotic e Felipe Reyes poderão ter um papel fundamental no apoio a Gasol na busca da vitória.
A Lituânia pode ser surpresa nesta final, mas não se dará por satisfeita apenas com o segundo lugar. Agora que estão a uma vitória de voltar a ser campeões europeus, os lituanos apostam forte em conseguir a surpresa. A caminhada até este encontro fez-se com apenas uma derrota, perante a Bélgica, colmatada com vitórias perante a Ucrânia, a Letónia, a Estónia e a República Checa para fechar a fase de grupos em primeiro lugar. Nas partidas a eliminar, a Lituânia esteve sempre a lutar contra as suas limitações, vencendo a Geórgia por quatro pontos, a Itália por dez e a Sérvia, nas meias-finais, por três. A equipa lituana baseia o seu jogo em três esteios, com Mantas Kalnietis como base, Jonas Maciulis como uma espécie de cola que conjuga as forças na defesa e no ataque e Jonas Valanciunas debaixo do cesto. A sua rotação permite-lhe encontrar sempre muitas soluções, em diversos momentos do jogo, podendo o seu técnico buscar no banco quem, momentaneamente, lhe resolva os problemas. Perante a Espanha, caberá seguramente a Valanciunas ser o homem que dedicará mais atenção a Gasol. Pela sua experiência na NBA, poderá ser o jogador com mais qualidade para parar o espanhol. Mas, sabendo-lhe a possibilidade de vitória dependerá do acerto dessa defesa, a pressão será enorme.
Nos últimos dois jogos oficiais disputados por estas seleções, uma vitória para Lituânia no Mundial de 2010 e uma para os espanhóis no Eurobasket 2011 foram os resultados.
Caberá agora a Pau Gasol dizer, ou não, presente, nesta final. A Espanha venceu sempre graças ao seu trabalho e nova exibição de luxo acima dos 25 pontos valerá, seguramente, o título aos espanhóis. Se Valanciunas o parar, então tudo estará em aberto.