Egito – Uganda (Taça das Nações Africanas)
Depois de ter empatado na jornada inaugural, o Egito sente não ter outra opção senão a de vencer uma equipa do Uganda que surpreendeu perante o Gana. As contas estão apertadas num grupo onde há muito equilíbrio. Já sabíamos que os ganeses poderiam ter uma leve vantagem sobre os restantes concorrentes e que Mali e Egito estariam numa dura luta pelo segundo lugar, mas o Uganda deu mostras, durante a segunda parte do seu jogo, que podem envolver-se também na corrida ao apuramento. Apesar de alguma inocência defensiva, compensada pela imensa qualidade do seu guarda-redes, o Uganda tem armas ofensivas para colocar em sentido os seus rivais.
O Egito terminou o seu encontro frente ao Mali com sensações díspares. Por um lado, percebeu-se que a equipa egípcia tem um nível técnico e uma organização coletiva ao nível das melhores equipas presentes na CAN. No entanto, perante um adversário muito forte fisicamente, teve dificuldades para encontrar a forma certa para abordar o encontro. Assim, perante o que se esperaria poder vir a ser um jogo em que o Egito, ainda que com dificuldades, demonstraria estar no caminho para o apuramento, acabou por ser um jogo onde o conjunto de Hector Cuper teve que “sobreviver” à dimensão física que o jogo tomou. Esse será um problema recorrente neste grupo, já que Uganda e Gana apresentarão esse dado como um dos decisivos para a disputa do encontro. Fundamental, assim, para que o Egito se mantenha na corrida pelo apuramento, é conseguir explorar os problemas de organização defensiva deste seu adversário, não lhe permitindo o tempo e o espaço para um crescendo de confiança. A lesão do guarda-redes Al Shenawy abre portas para a titularidade do mais velho jogador a atuar numa CAN, El Hadary.
Onze Provável: El Hadary – Fathy, Ali Gabr, Hegazi, Abdul Shafy – Hamed, Elneny – Salah, El Said, Trézéguet – Koka Hassan.
Ter entrado a perder, para esta seleção do Uganda, chega a soar a injustiça, mesmo tendo em conta que na primeira parte do encontro os ugandeses foram totalmente dominados por um Gana que poderia ter concretizado por várias vezes. No entanto, mesmo com muitos erros defensivos, com problemas de organização e alguma inocência que se compreende pela pouca competitividade desta seleção e a estreia, para todos estes jogadores, numa CAN, o único golo que o Uganda sofreu nasceu de uma grande penalidade. Onyango, o guarda-redes dos Mamelodi Sundowns, vencedores da última Liga dos Campeões Africanos, comprovou todas as suas qualidades e foi uma dura barreira para ultrapassar na tentativa de bater o Uganda. Durante a segunda parte, os ugandeses foram-se soltando, demonstrando maior capacidade para ter bola e ocupar o meio-campo ofensivo do adversário, revelando-se uma equipa com ameaças nesse terreno. Não chegou ao golo, pelo que acaba castigada com a derrota, mas deixou claro que não será fácil de ultrapassar.
Onze Provável: Onyango – Iguma, Wasswa, Isinde, Ochaya – G. Kizito – William Kizito, Oloya, Mawejje – Miya, Massa.
Apesar de as duas seleções já se terem encontrado por doze ocasiões, ao longo da história, o Uganda nunca conseguiu uma vitória, sendo um empate, na Qualificação para a CAN 1996, o melhor resultado obtido.
Egito entra como favorito, ainda que terá que demonstrar maior vitalidade na perseguição dos objetivos. O Uganda poderá alimentar esperanças de uma surpresa.
