David Ferrer – Feliciano López (Roland Garros)
David Ferrer mal se aguentava em pé quando garantiu passagem à segunda ronda de Roland Garros. O incansável espanhol lutou durante quatro horas e meia para eliminar o norte-americano Donald Young. Agora mede forças com o compatriota Feliciano López que despachou Fratangelo em menos tempo do que aquele que durou o derradeiro set do próximo adversário. Entre os dois veteranos contam-se trinta e duas participações no quadro principal de Roland Garros. López soma sessenta e um torneios do Grand Slam consecutivos.
David Ferrer e Feliciano López estão a viver momentos semelhantes na respetiva carreira. Aos trinta e cinco anos sabem que já não estão no pico das suas capacidades. Passaram por muito – em termos de glória, sucessos, frustrações e lesões – e ambos estão naquela fase em que vivem o presente e valorizam sobremaneira cada pequena conquista. Porque para eles o ténis, pelo menos ao mais alto nível, está mais perto do fim que do início. Tanto um como outro jogaram pouco este ano, entre limitações físicas e o tempo necessário para recuperar delas, e passaram por séries de derrotas seguidas frente a adversários teoricamente mais modestos. Mas tanto um como outro ainda sentem ter algo a ganhar quando entram em court.
David Ferrer mal se aguentava em pé quando garantiu a passagem à segunda ronda de Roland Garros. O norte-americano Donald Young resistiu durante quatro horas e meia (5-7, 6-3, 4-6, 6-3, 13-11). Só o derradeiro set demorou uma hora e vinte a ficar resolvido. Cabia nele a partida de Feliciano López com Fratangelo, todos os três sets, e ainda sobrava um quarto de hora para aquecimento. Foi uma espécie de ultramaratona, o que explica os festejos efusivos, tanto quanto possível para quem acabou de levar uma coça desta, no final do encontro. Com este resultado, Ferrer ultrapassou as setecentas vitórias individuais.
A melhor prestação de David Ferrer no Major parisiense foi a final de 2013, que perdeu para o amigo Rafael Nadal. No ano passado caiu nos oitavos de final, frente a Tomas Berdych (6-3, 7-5, 6-3). O número trinta e três do ranking ATP beneficiou da desistência de Jo-Wilfried Tsonga para chegar aos oitavos de final do Mutua Madrid Open, etapa em que foi travado por Kei Nishikori (6-4, 6-3). Uma semana depois o japonês voltaria a encurtar-lhe o trajeto, dessa vez no Masters de Roma (7-6, 6-2).
O melhor resultado de Feliciano López em Roland Garros foram os oitavos de final de 2004, em que foi afastado por Gustavo Kuerten. Basta pensar há quanto tempo o brasileiro já não anda no circuito para perceber a longevidade do espanhol. 2017 marca a décima sétima participação de López no Major de terra batida. Falo, claro, das prestações individuais. Porque este ano tenista espanhol defende o título de pares conquistado na edição passada, ao lado de Marc López, frente aos irmãos Bryan.
A temporada arrancou com o pé esquerdo. Na segunda semana de janeiro teve que desistir do ATP de Auckland devido a uma lesão na zona lombar. E o regresso à melhor forma está a ser demorado. Não ajuda a ganhar ritmo o facto de ter perdido várias vezes à primeira tentativa. O trecho final dos pisos rápidos trouxe cinco derrotas consecutivas, frente a oposição que em circunstâncias normais estariam perfeitamente ao seu alcanço. Falo de Pierre-Hughes Herbert (7-6, 7-6), Jordan Thompson (2-6, 6-3, 6-3) ou Dusan Lajovic (6-2, 4-6, 7-6), por exemplo. Em terra batida as coisas foram melhorando, aos poucos. Pelo menos as derrotas foram diante de adversários que as justificam, como Alexander Zverev (6-0, 6-4) ou Andy Murray (6-4, 6-4), em Monte Carlo e Barcelona, respetivamente.
Na primeira ronda em Paris o espanhol bateu de forma bastante tranquila Bjorn Fratangelo (6-4, 7-6, 6-3).
2017 | Masters de Roma | Ferrer | 2 | 4 | 6 | 6 | 1R |
Lopez | 1 | 6 | 3 | 1 | |||
2016 | Masters de Xangai | Lopez | 2 | 7 | 4 | 7 | 1R |
Ferrer | 1 | 6 | 6 | 6 | |||
2016 | Roland Garros | Ferrer | 3 | 6 | 7 | 6 | 3R |
Lopez | 0 | 4 | 6 | 1 |
Ferrer venceu treze dos vinte e um confrontos que teve com Feliciano López, incluindo os dois mais recentes em terra batida: na terceira ronda de Roland Garros, há um ano, e em Roma, há duas semanas.