Casper Ruud – Roberto Carballés Baena (ATP Rio de Janeiro)

O primeiro duelo da segunda ronda a ficar definido junta dois jovens tenistas que causaram sensação no dia de estreia, ao afastar adversários muitas posições acima no ranking. Casper Ruud, o norueguês de dezoito anos, eliminou Rogerinho, o único brasileiro em prova no primeiro dia de competição. Roberto Carballés Baena foi responsável pela saída precoce de João Sousa, fazendo um encontro irrepreensível do ponto de vista do serviço. O sobrevivente pode vir a defrontar Nishikori já na ronda seguinte.

Casper Ruud: se ainda não conhece este nome bem pode começar a fixá-lo. O miúdo tem apenas dezoito anos mas está a galgar o ranking como gente grande. Em 2016 subiu novecentas posições no ranking ATP – é, de momento, o número duzentos e oito mundial –, conta com dois títulos em eventos Futures e um no Challenger de Sevilha. O norueguês destacou-se nas provas juvenis e cedo se mudou para Espanha, mais concretamente para Alicante, pelo que não é de estranhar estar particularmente vocacionado para o ténis em terra batida. É a escola espanhola a falar mais alto. Já este ano Ruud estreou-se num torneio do Grand Slam, versão para gente crescida, no Open da Austrália. Resistiu até à terceira ronda do qualifying, altura em que foi barrado pelo norte-americano Reilly Opelka (7-6, 6-3). Foi também semifinalista no Challenger de Budapeste, onde foi anulado pelo húngaro Marton Fucsovics (6-0, 6-0).

Na primeira ronda do ATP 500 do Rio de Janeiro Casper Ruud surpreendeu ao eliminar o único brasileiro em prova na segunda-feira. Rogerinho, Rogério Silva Dutra, octogésimo oitavo do ranking mundial, caiu vítima do serviço poderoso de um adolescente que está cento e vinte posições abaixo na hierarquia (6-3, 6-4), em sets diretos. E há que sublinhar que era o primeiro encontro em terra batida da época para o jovem norueguês. Aconteça o que acontecer, é já um marco na sua incipiente carreira chegar à segunda ronda de um torneio da série ATP 500. E na próxima ronda, se lá chegar, pode bater de frente com um tenista do top-10.

Roberto Carballés Baena também causou espanto ao bater o pé ao português João Sousa, oitavo cabeça de série do Open do Rio de Janeiro, em apenas dois parciais (6-3, 6-1). Sem espinhas, como se costuma dizer. Mais de cem posições separam os dois tenistas no ranking – o espanhol de vinte e três anos é o número cento e trinta e dois do mundo – mas não se notou nada disso em court. Nada saiu bem ao vimaranense mas é justo reconhecer que o mérito é, em grande parte, do adversário. Carballés conquistou oitenta e nove pontos com o serviço e nem sequer esteve na iminência de sofrer uma quebra de saque durante todo o encontro. João Sousa só ganhou quatro pontos em jogos de serviço do espanhol. Carballés teve aproveitamento em mais de metade dos sete pontos de break de que dispôs (4/7) e acabou por selar a passagem à segunda ronda em apenas uma hora e sete minutos. Nada mal para a estreia no torneio brasileiro, que se sucede aos quartos de final no ATP de Quito, onde só cedeu frente ao compatriota Albert Ramos Vinolas.