Camarões – Guiné-Bissau (Taça das Nações Africanas)
Numa competição em que os empates têm sido o resultado mais observado até ao momento, o Grupo A destacou-se por, em ambas as partidas da primeira jornada se ter terminado com o mesmo resultado, empate a uma bola. Quer para Camarões, quer para Guiné-Bissau, o empate pode ser visto como positivo. O conjunto guineense fez a sua estreia num grande palco internacional e submeteu o país organizador à sua qualidade individual. Para os Camarões, num jogo que tinha muito de decisivo, já que compete com o Burkina Faso, à partida, por um lugar nos quartos-de-final, o empate soube a mal menor.
Algumas opções do treinador dos Camarões, Hugo Broos, não deixaram de surpreender, visto que não alinhou à partida com o defesa-central Nkoulou, para além de não poder contar com Aboubakar, castigado. Perante um Burkina Faso mais experiente, os Camarões deram boa conta de si, não deixando entrever, durante a maior parte do encontro, que foram uma das seleções mais afetadas pelas indisponibilidades de jogadores. Com uma linha defensiva comandada pelo jovem guarda-redes Ondoa, a qualidade ofensiva da equipa baseou-se nos seus extremos, Bassogog e N’Jie, que foram encontrando formas de criar situações de perigo a favor das suas cores. O golo surgido na primeira parte, por intermédio de Moukandjo, poderia ter dado para somar mais pontos do que aqueles que foram conquistados, mas o crescimento dos burquineses, que empataram ao minuto 75, e a fadiga que se fez sentir por parte dos camaroneses, num ambiente hostil pelas elevadas concentrações de humidade, impediram um maior ritmo nos minutos finais. Perante os guineenses, espera-se que Hugo Broos possa fazer alguns acertos na equipa, de maneira a não ser surpreendido como a equipa da casa.
Onze Provável: Ondoa – Mabouka, Nkoulou, Teikeu, Oyongo – Mandjeck, Siani – Bassogog, Moukandjo, N’Jie – Aboubakar.
Fantástica a estreia da Guiné-Bissau na CAN 2017, frente a uma equipa da casa toldada pelo pânico de ser surpreendida. Os guineenses, orientados por Baciro Candé e com João Gião na equipa técnica, começaram mais remetidos à sua defensiva, mas com o passar do tempo foram percebendo que não pareciam, em nada, inferiores à equipa do Gabão. Até foi a equipa da casa a primeira a chegar ao golo, por intermédio de Aubameyang à passagem do minuto 52, mas esse tento acabou por ter o condão de despertar o conjunto da Guiné, soltando-se cada vez mais no capítulo ofensivo. Com Zezinho a segurar a batuta da equipa, numa grande exibição do capitão que passou pela Academia do Sporting, a Guiné-Bissau mostrou-se mais atrevida com Piqueti e Mendy em campo, mas foi nas bolas paradas que conseguiu criar perigo. Aproveitando a estatura de Mendy e dos dois defesas-centrais, Rudinilson e Juary, a Guiné chegava cada vez mais perto do golo, incomodando Ovono, até que o jogador do Mafra alcançou o desejado golo em cima do minuto 90. Com este ponto e, sobretudo, com o desbloquear de um certo nervosismo de estreante, a Guiné-Bissau sentirá agora ter argumentos para também entrar na luta pelos quartos-de-final. Com opções de qualidade no banco, espera-se alguma rotação da equipa neste encontro.
Onze Provável: Jonas Mendes – Tomás Dabo, Rudinilson, Juary, Mamadu Candé – Ca, Francisco Júnior – Toni Silva, Zezinho, Sami – Abel Camará.
As duas seleções encontraram-se na fase de qualificação para a CAN 2013, com os Camarões a vencerem ambos os encontros por 1-0.
Em jogo onde estará em causa o posicionamento com vista ao apuramento para os oitavos-de-final, será uma vez mais os Camarões a sentir maior responsabilidade que o conjunto guineense, no que poderá ajudar a equipa de Baciro Candé a voltar a por a mão em pontos.
