Benfica – Bayern Munique (Liga dos Campeões)
O Benfica conseguiu o objetivo na primeira mão: regressar de Munique com a eliminatória em aberto. E podia ter sido ainda melhor não fora aquele golo madrugador de Arturo Vidal. Ainda há um jogo que se adivinha muito duro pela frente mas o sonho ao alcance da mão e aquilo que fizeram na Allianz Arena é uma forte motivação para os Encarnados. A pressão está toda do lado de Guardiola e seus homens. Para o Bayern não chegar à semifinal é um fracasso.
O Benfica e Wolfsburg mostraram, há uma semana, que as vitórias antecipadas são coisa que não existe. Os “underdogs” dos quartos de final da Liga dos Campeões mostraram que o carater, motivação e qualidade dos seus jogadores podem ajudar a equilibrar as forças contra os colossos europeus, com recursos incomparavelmente superiores. Não sei se algum dos dois vai resistir à segunda mão mas já fizeram a afirmação que se impunha. O clube português conseguiu o seu propósito: não sair da Alemanha já com a eliminatória comprometida.
O Benfica fez um grande encontro na Allianz Arena. Uma equipa com menos personalidade podia ter desmoronado com o golo sofrido logo ao terceiro minuto da partida, num lance de bola parada. Mas não aconteceu. Como se o marcador não assinalasse a vantagem dos da casa, a equipa de Rui Vitória continuou a lutar a campo inteiro, sem se deixar intimidar. Muito segura na defesa, com o regressado Jardel a comandar as hostes, o Benfica frustrou por completo as investidas do Bayern, dinâmica por demais evidente na parte final do encontro. Os Bávaros bem tentaram de várias maneiras romper as barreiras Encarnadas.
No sábado o Benfica foi a Coimbra garantir um triunfo sofrido sobre a Académica. Os Estudantes adiantaram-se no marcador mas Mitroglou acabaria por anular a vantagem ainda na primeira parte. Mas foi preciso aguardar até cinco minutos do fim para Raúl Jiménez, que tinha saído do banco pouco antes, tirar o tapete ao clube anfitrião e dar sossego aos adeptos Encarnados.
Aquilo que temos por certo: o treinador benfiquista continua a ter Júlio César e Nuno Santos lesionados. O melhor marcador da equipa, o brasileiro Jonas, vai cumprir um jogo de castigo por acumulação de amarelos. A grande questão que paira sobre o plantel encarnado é Nico Gaitán. Aparentemente o argentino ressentiu-se da lesão muscular que o tinha dispensado dos trabalhos com a seleção e saiu lesionado de Coimbra. Não se entende muito bem que Gaitán tenha jogado os noventa minutos no fim de semana, pelo papel essencial que desempenha no onze. Pior ainda se já havia queixas ou motivos para reserva. O número dez não participou no treino de segunda-feira e está em dúvida. Será uma baixa de peso, se se confirmar, sobretudo a juntar à de Jonas.
Onze Provável: Ederson – André Almeida, Lindelof, Jardel, Eliseu – Pizzi, Renato Sanches, Fejsa, Gaitán – Jiménez, Mitroglou.
Pep Guardiola tinha alertado os seus jogadores para a valia do Benfica mas nem assim conseguiu que a equipa conseguisse ultrapassar as dificuldades criadas pelos visitantes. O golo de Vidal, na sequencia de um canto logo a abrir a partida, acabou por ser precioso para garantir a vantagem para o Bayern Munique. Não deixa de ser magra e, sobretudo, não esconde a frustração do conjunto com as infrutíferas tentativas para alargar o marcador.
Os Bávaros sabem que se o Benfica deu esse trabalho todo na Alemanha a coisa só pode piorar em Lisboa. Razão pela qual o plano passa por entrar forte e tentar marcar um golo cedo, que facilite e muito a ação dos germânicos. Assim como a coisa está os Encarnados serão obrigados a tomar a iniciativa para dar a volta à eliminatória e o Bayern ficará à espreita de um deslize, um desposicionamento, para dar o bote. No fim de semana a equipa de Guardiola foi ao terreno do Stuttgard fazer o seu papel. O técnico catalão deixou Lahm de fora e utilizou Vidal, Alcántara e Douglas Costa com parcimónia – entre trinta e vinte minutos – e garantiu uma vitória algo trapalhona (1-3). O primeiro golo foi de Niedermeier, na própria baliza, e consentiram um golo de Didavi, colocando o encontro a 1-2, em que toda a defesa bávara ficou aquém das suas possibilidadesJogo pouco inspirado apesar de fazer poupanças, neste clube, significar alinhar de início com Gotze e Xabi alonso, por exemplo.
Guardiola não pode contar com Jerôme Boateng nem com Badstuber. Benatia e Robben estão em dúvida.
Onze Provável: Neuer – Lahm, Kimmich, Alaba, Bernat – Vidal – Douglas Costa, Muller, Alcântara, Ribéry – Lewandowski.
Bayern Munique
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1-0 |
Benfica
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LC 2015/2016
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Benfica
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1-3 |
Bayern Munique
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Taça UEFA 1995/1996
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Bayern Munique
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4-1 |
Benfica
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Taça UEFA 1995/1996
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Benfica e Bayern contam sete confrontos entre si. A equipa portuguesa nunca conseguiu vencer os Bávaros e perdeu os últimos quatro.