Andy Murray – Kei Nishikori (Roland Garros)
Kei Nishikori teve que recuperar de um 6-0 no primeiro set para afastar Verdasco e atingir, pela primeira vez, os quartos de final do Major parisiense. Andy Murray, que parece estar a ganhar ritmo, teve uma ronda mais tranquila e precisou de apenas três sets para eliminar o russo Khachanov. O escocês leva clara vantagem nos confrontos diretos, oito para dois, mas tudo vai depender da forma como os dois tenistas entrarem em court.
O número um mundial e primeiro cabeça de série já sabia que teria uma ronda dos oitavos de final mais tranquila, considerando que antes tinha tido um embate duríssimo com Juan Martin del Potro (7-6, 7-5, 6-0). Karen Khachanov (6-3, 6-4, 6-4), o russo de vinte e um anos que se estreava nestas andanças avançadas de um evento do Grand Slam não se encolheu. Mas claramente não era páreo para Andy Murray. Do ponto de vista de resistência física, o escocês já tinha sido testados nas rondas iniciais. Teve que jogar quatro sets com Andrey Kuznetsov (6-4, 4-6, 6-2, 6-0) e Martin Klizan (6-7, 6-2, 6-2, 7-6) e nos dois embates percebeu que conseguia aguentar bastante bem a longo trecho. Essa componente de disponibilidade física é fundamental para o ténis de Murray e para a sua estabilidade emocional em court. Do ponto de vista dos recursos técnicos, os dois primeiros parciais do duelo com Del Potro também lhe acrescentaram confiança. O facto é que quando o número um mundial passa mais tempo com Ivan Lendl tudo parece entrar nos eixos. Infelizmente para o escocês, a disponibilidade do antigo campeão não é total. Mas o britânico também já percebeu um pouco é melhor do que nada, neste caso.
Em Barcelona Murray chegou até à meia-final, onde foi eliminado por Dominic Thiem (6-2, 3-6, 6-4). Nos dois Masters em terra batida que se seguiram caiu à primeira – Em Roma, frente a Fabio Fognini (6-2, 6-4) – ou à segunda oportunidade – em Madrid, frente a Borna Coric (6-3, 6-3).
Kei Nishikori também não teve a temporada de terra batida que gostaria. Nos últimos anos o japonês melhorou consideravelmente nesta superfície, ao ponto de se tornar um adversário de peso. Devido a problemas físicos falhou Monte Carlo e Barcelona. E no Mutua Madrid viu-se obrigado a desistir antes de jogar os quartos de final frente a Novak Djokovic, ressentindo-se do pulso direito. Em Roma caiu nos oitavos, frente a Del Potro (7-6, 6-3), e no ATP de Genebra o carrasco foi Mischa Zverev (6-4, 3-6, 6-3), na semifinal.
A entrada de Nishikori no encontro dos oitavos de final em Roland Garros foi desastrosa. O japonês admitiu que passou o primeiro set a correr de um lado ao outro do court sem conseguir atinar com as pancadas. Felizmente para ele, Fernando Verdasco (0-6, 6-4, 6-4, 6-0), apesar do que se via no marcador, também não estava confortável. O segundo set abriu com uma quebra de serviço para cada lado. Aos poucos o número nove mundial foi estabilizando o seu jogo, o que o espanhol nunca conseguiu fazer. Ao fim de duas horas e meia o nipónico carimbou a passagem aos quartos de final de Roland Garros, superando assim os oitavos do ano passado – em que perdeu com Richard Gasquet –, até agora a melhor classificação conseguida em Paris.
2016 | World Tour Finals | Murray | 2 | 6 | 6 | 6 | |||
Nishikori | 1 | 7 | 4 | 4 | |||||
2016 | Open dos Estados Unidos | Nishikori | 3 | 1 | 6 | 4 | 6 | 7 | QF |
Murray | 2 | 6 | 4 | 6 | 1 | 5 | |||
2016 | J. O. Rio de Janeiro | Murray | 2 | 6 | 6 | SF | |||
Nishikori | 0 | 1 | 4 | ||||||
2016 | Taça Davis | Murray | 3 | 7 | 7 | 3 | 4 | 6 | |
Nishikori | 2 | 5 | 6 | 6 | 6 | 3 |
Andy Murray leva clara vantagem nos confrontos diretos com o tenista japonês: oito vitórias contra duas. O escocês também levou a melhor na única vez em que se defrontaram em terra batida, há dois anos, na meia-final do Masters de Madrid.