Andreas Seppi – Nick Kyrgios (Open da Austrália)
A lesão no joelho e até uma hemorragia nasal não impediram Nick Kyrgios de passar por Gastão Elias em velocidade cruzeiro. Agora terá pela frente o veterano Andreas Seppi, que eliminou Paul-Henri Mathieu no encontro de estreia. O italiano não conseguiu vencer os dois embates anteriores que teve com o jovem australiano mas é sempre um adversário complicado de contornar.
O ano de 2016 não correu particularmente bem a Andreas Seppi, com saídas precoces em todos os torneios principais, o que explica a sua queda no ranking. Inicia a temporada na posição oitenta e nove da hierarquia mundial do ténis mas quem acompanha a sua carreira já longa no circuito mundial sabe que o italiano pode ser um adversário duro de roer.
No que respeita ao Open da Austrália, Seppi fez por duas vezes oitavos de final. Em 2013 foi afastado por francês Jeremy Chardy (5-7, 6-3, 6-2, 6-2) e há dois anos caiu vítima do adolescente Nick Kyrgios (5-7, 4-6, 7-6, 8-6). Na edição do ano passado, Andreas Seppi ficou-se pela terceira ronda, altura em que bateu de frente com Novak Djokovic (6-1, 7-5, 7-6).
Na primeira ronda o tenista italiano do top-90 enfrentou Paul-Henri Mathieu, outro veterano do circuito ATP. Só o primeiro parcial foi decidido com vantagem clara para um dos lados. Os três restantes exigiram tie break ou estiveram muito perto disso (6-4, 7-6, 6-7, 7-5).
Nick Kyrgios passou por Gastão Elias com bastante facilidade (6-1, 6-2, 6-2). Um pouco menos de hora e meia em court foi suficiente para o australiano mandar o português para casa. Elias ainda esboçou uma reação no arranque do terceiro set mas o favorito do público esteve muito consistente e sempre no controlo da partida. Apesar dos contratempos. Kyrgios teve que ultrapassar alguma dor no joelho e uma sucessão de espirros que acabaram por provocar uma hemorragia nasal que obrigou a interrupção do encontro. A lesão no joelho já se vem a arrastar a algum tempo e o número treze mundial teve mesmo que se sujeitar a tratamento especializado que o forçou a desistir do torneio de Adelaide, na semana passada. A sinusite fez o resto. Mas nem por isso Nick Kyrgios parece menos determinado a tentar vencer o seu primeiro Grand Slam, contrariando as várias vozes da experiência que duvidam que tenha o estofo para isso. Não é do seu talento que dividam mas da regularidade necessária para chara ao título de uma prova que implica duas semanas de luta intensa, ao mais alto nível.
Kyrgios parece sensível à necessidade de ultrapassar essa dificuldade. Frente a Elias quis resolver os pontos cedo e evitar flutuações de intensidade. Ela já percebeu que o seu estilo de jogo e o desgaste emocional das peripécias em que se envolve facilmente o deixam de rastos, comprometendo a prestação a longo prazo nestes torneios. A gestão do esforço, físico e mental, é uma componente essencial para dar o salto para o top-10.
Até hoje, o melhor resultado de Kyrgios no Open da Austrália foram os quartos de final de há dois anos, etapa em que foi suplantado por Andy Murray (6-3, 7-6, 6-3). Na ronda anterior tinha ultrapassado Seppi. No ano passado caiu na terceira ronda, no embate com o checo Tomas Berdych (6-3, 6-4, 1-6, 6-4).
2015 | Open da Austrália | Kyrgios | 3 | 5 | 4 | 6 | 7 | 8 | R16 |
Seppi | 2 | 7 | 6 | 3 | 6 | 6 | |||
2014 | Open dos Estados Unidos | Kyrgios | 3 | 6 | 7 | 6 | 2R | ||
Seppi | 0 | 4 | 6 | 4 |
Este será o terceiro confronto entre Andreas Seppi e Nick Kyrgios. Os dois anteriores, nos dois torneios do Grand Slam de piso sintético, foram ganhos pela australiano, mas no último, em Melbourne, foram precisos cinco sets para decidir o encontro.