Era o jogo grande da jornada vinte e seis e não desapontou. O dramatismo ficou concentrado na fase final, com três golos e um penalti falhado para lá dos oitenta, mas toda a partida foi de grande intensidade. No final, a igualdade é um resultado justo: o Liverpool dominou os primeiros quarenta e cinco minutos, o Tottenham foi superior no segundo tempo. Mas enquanto Pochettino festejava efusivamente, Klopp espumava. Não podemos esquecer que o Manchester City voltou a ceder pontos, desta vez na visita ao terreno do Burnley, mas a equipa de Guardiola tem muito crédito para gastar antes de se sentir pressionada.
Futebol de encher o olho
A visita do Tottenham a Anfield foi tudo o que se podia esperar dela. E mais qualquer coisinha. Futebol atrativo dos dois lados do campo, alternância de ascendentes no encontro, golos vistosos e dramatismo final para acabarem a dividir os pontos. Ambos os treinadores acharam que mereciam vencer o jogo. Mas enquanto Pochettino acabou, ainda assim, a festejar efusivamente, Klopp espumava de raiva pelas decisões de arbitragem e fazia um enorme esforço para não dizer o que lhe ia na alma.
Os primeiros quarenta e cinco minutos foram do Liverpool. A equipa da casa abriu o marcador logo ao terceiro minuto, deixar Mohamed Salah isolado frente a Lloris só podia dar nisso. Os Spurs têm uma reação forte mas os homens da casa estavam implacáveis na pressão no meio-campo, o que dificultava o momento de construção adversário. O que já se podia antever é que as segundas partes dos Reds costumam ser propensas a quebras, até porque é muito difícil manter a intensidade durante noventa minutos.
O Tottenham regressou dos balneários apostado em dar a volta e no segundo período foram a melhor equipa em campo. Mesmo assim, a resistência do Liverpool só foi rompida aos oitenta, com um míssil teleguiado de Victor Wanyama. Os Spurs estavam por cima e ameaçavam inverter o marcador. Aos oitenta e sete o árbitro assinala grande penalidade a favor dos visitantes. Aceito que se discuta a decisão pelo facto de Harry Kane parecer estar fora de jogo. De qualquer forma, o avançado inglês rematou à figura de Karius, que aguentou até o remate sair e assim ficou no caminho do esférico. Ainda a realização estava a focar o ponta de lança inglês, a sentir o falhanço, e já Salah alterava por completo o filme. O egípcio fez um golo portentoso, de tal elegância e recorte técnico que Carragher achou que estava a ver Messi no relvado de Anfield. Já as bancadas festejavam a vitória quando Virgil van Djick acerta em Lamela e não na bola, dentro da área. Nova penalidade e desta vez Kane não desperdiçou. Aos vinte e quatro anos atingiu a marca dos cem golos na Premier League e deu um ponto ao Tottenham.
City cede pontos em Turf Moor
Nos destaques da jornada não podemos deixar de referir o empate do Manchester City em Turf Moor (1-1). Pela quarta vez esta temporada (3E/ 1D), a equipa de Pep Guardiola cedeu pontos. Só é notícia por ser tão raro. Danilo marcou para os visitantes a meio da primeira parte, com mais uma assistência de Bernardo Silva. Foi uma partida com papéis muito claros: o City dominava e o Burnely cerrava fileiras nos últimos trinta metros. Os Cityzens tiveram outras oportunidades – a de Sterling a mais flagrante – mas não as converteram em golos e a margem mínima deu alento aos Cherries à medida que o tempo ia passando. Aos oitenta e dois Gudmundsson chegou a igualdade, que se manteve até ao fim.
Kevin de Bruyne parece um tanto desgastado e não teve uma grande partida. Ninguém acredita que o City desate a perder pontos e a verdade é que ainda tem um crédito generoso para desbastar antes de se começar a sentir pressionado. Mesmo com este empate o United continua a treze pontos de distância.
Boas Apostas!