João Sousa – Pablo Cuevas (ATP Masters Monte Carlo)
Depois de estreia autoritária, João Sousa enfrenta Pablo Cuevas na segunda ronda do Masters de Monte Carlo. Tanto o português como o uruguaio têm como melhor resultado no principado. Um dos dois vai dar um passo mais além, isso é já certo. O vimaranense lidera a série de confrontos diretos (3-1) mas o sul-americano venceu o único embate que disputaram em terra batida.
João Sousa arrancou no domingo à tarde a participação no Masters 1000 de Monte Carlo, com uma vitória autoritária sobre o alemão Florian Mayer (6-3, 6-2). O tenista português, trigésimo sexto do ranking ATP, precisou de sessenta e três minutos em campo para selar a passagem à etapa seguinte. Para Mayer era apenas a sexta partida da temporada, primeira em pó de tijolo e foi mais ou menos evidente uma certa falta de ritmo. O vimaranense, pelo contrário, mostrou grande energia e concentração. No segundo parcial defendeu com sucesso os cinco pontos de break de que foi alvo.
João Sousa nunca foi além da segunda ronda no torneio monegasco. Em 2015 caiu às mãos de Milos Raonic (6-3, 7-6) e no ano passado não conseguiu ultrapassar Benoit Paire (6-4, 6-3). Será que é desta que o português ultrapassa este patamar? O número um português está num bom momento de forma e mostrou bom ténis na passagem pela temporada sul-americana de terra batida. Em Buenos Aires só Kei Nishikori o travou (6-1, 6-4), nos quartos de final. No Open do Brasil, em São Paulo, chegou mesmo à meia-final, altura em que foi afastado por Albert Ramos Vinolas (6-7, 7-5, 6-4), depois de ter deixado pelo caminho Renzo Olivo (6-2, 6-4) e Federico Delbonis (6-3, 6-1) nas rondas anteriores. A passagem pelos Masters dos Estados Unidos pode ter sido um pouco frustrante, sobretudo em Indian Wells onde não foi capaz de reagir ao ténis do mais velho dos Zverevs (6-4, 6-3). Já em abril, Sousa ajudou Portugal a fazer história, contribuindo com dois triunfos nos duelos individuais – Mashtakov (6-0, 6-3, 6-0) e Smirnov (7-6, 7-6, 6-2) – para qualificar a seleção da Quinas para o play-off de acesso ao Grupo Mundial da Taça Davis.
Pablo Cuevas também nunca conseguiu ir além da segunda ronda em Monte Carlo. No ano passado o carrasco foi o canadiano Milos Raonic (7-5, 2-6, 7-6) e agora o uruguaio tenta chegar-se, pela primeira vez, mais à frente.
Cuevas, um especialista em terra batida, chegou aos quartos de final no Masters 1000 de Indian Wells, só cedendo diante de Pablo Carreño Busta (6-1, 3-6, 7-6). O espanhol vingava-se assim a eliminação na meia-final de São Paulo, na semana anterior. Pelo terceiro ano consecutivo o uruguaio sagrou-se campeão do Brasil Open, batendo na final o também espanhol Albert Ramos Vinolas (6-7, 6-4, 6-4), o tal que tinha acabado com a participação de João Sousa na semifinal.
Cuevas jogou a primeira ronda de Montecarlo só esta segunda-feira, pelo que não terá beneficiado de nenhum dia de intervalo, como aconteceu com o português. Ainda assim, nesta fase precoce da competição ainda não deve fazer grande diferença. Viktor Troicki ficou pelo caminho ao fim de uma hora e vinte minutos (6-3, 6-0). No primeiro parcial houve uma frenética sucessão de quebras de serviço – cinco no total – com o sérvio a tirar a fava. Já o segundo set foi todo de Cuevas: Troicki perdeu os três jogos em que servia e só por uma vez teve oportunidade de quebrar o serviço ao uruguaio, mas não converteu.
2016 | Viena | Sousa | 1 | 6 | 3 | 1R |
Cuevas | 0 | 3 | 0 | |||
2015 | Valencia | Sousa | 2 | 6 | 6 | QF |
Cuevas | 0 | 4 | 4 | |||
2014 | Bastad | Cuevas | 2 | 6 | 6 | F |
Sousa | 0 | 2 | 1 |
João Sousa venceu três dos quatro confrontos com Pablo Cuevas. Mas aquele que caiu para o lado do uruguaio foi o único disputado em terra batida, o que pode indicar dificuldades acrescidas para o português.