Mudança de seleccionador a dois meses do pontapé de saída no campeonato do mundo (sem que nada o fizesse prever), convocatória muito criticada e prestações pouco animadoras na fase de preparação. A participação da seleção japonesa na fase final do Mundial 2018 não gerava grandes expectativas, tanto que a formação nipónica era apontada como o “patinho feio” de um grupo que se previa muito equilibrado – partilhado com as seleções de Colômbia, Senegal e Polónia. Os “Samurais Azuis” estiveram entre os 16 finalistas da prova e foram a única seleção asiática a consegui-lo, mas “pagaram” a exposição excessiva nos últimos minutos do embate com a Bélgica.

Foto: "REUTERS/Murad Sezer"

Foto: “REUTERS/Murad Sezer”

A seleção japonesa fez história na Rússia por dois motivos. O primeiro deles, logo na jornada inaugural: tornou-se na primeira equipa da AFC (confederação asiática) a vencer uma seleção CONMEBOL (confederação sul-americana), no caso, a Colômbia, por duas bolas a uma – seria o único triunfo dos eleitos de Nishino na Rússia. O segundo, diretamente associado ao apuramento para os oitavos-de-final: a seleção japonesa foi a primeira a seguir em frente graças ao critério “fair-play”, ou seja, derivado de ter sido mais disciplinada – menor número de admoestações – em relação ao adversário direto, o Senegal.

Na terceira e última jornada da fase de grupos, a equipa asiática beneficiou da vitória conquistada pela Colômbia frente ao Senegal, uma vez que não caiu às mãos da já eliminada Polónia por uma bola a zero.

Olhos nos olhos

Os japoneses ultrapassaram a fase de grupos e deixaram apontamentos interessantes nesse período, mas a prestação que marcaria a passagem nipónica pela Rússia estava reservada para os oitavos-de-final. Frente à Bélgica, a equipa de Akira Nishino teve um desempenho muito satisfatório durante os primeiros 45 minutos ao conseguir bloquear o jogo belga e entrou em grande estilo na etapa complementar, ao marcar dois golos logo a abrir, mas o facto de não possuir tanta experiência ao mais alto nível – e sobretudo a incapacidade de manter a intensidade – seriam fatais para uma equipa que viria a consentir o empate a duas bolas e, na iminência de levar a decisão para o prolongamento, nunca abdicou de atacar a baliza contrária, acabando apanhada em “contra pé” na sequência de um pontapé de canto, transição que resultaria no 3-2 e ditaria o seu adeus ao campeonato do mundo da Rússia.

Para a posteridade fica o facto de ter sido a seleção asiática a chegar mais longe na fase final deste Mundial 2018.

Boas Apostas!