Ivo Karlovic – João Sousa (ATP Masters Monte Carlo)
João Sousa enfrente um desafio gigante no encontro de estreia em Monte Carlo mas que pode representar uma excelente oportunidade para o vimaranense chegar, pelo menos, até à ronda seguinte. O croata de quase dois metros e dez jogou muito pouco esta temporada devido a problemas no joelho e a terra batida não é a melhor superfície para quem depende tanto do serviço e dos ases. O português subiu dois lugares no ranking, esta segunda-feira, e pode compensar a prestação dececionante em Marrocos, na semana passada.
Ivo Karlovic só jogou quatro partidas no circuito profissional, em 2016, e perdeu todas. Duas dessas derrotas foram por abandono. Aconteceu assim em Melbourne, no Open da Austrália, diante de Federico Delbonis (7-6, 6-4, 2-1) e novamente na primeira ronda de Acapulco, onde defrontava Aljaz Bedene (6-4, 1-2). O motivo foi sempre o mesmo: problemas no joelho. O gigante croata não competiu no último mês e meio para ver se consegue resolver o problema mas já se sabe que as articulações, num homem com dois metros e oito e mais de cem quilos, são sempre um calcanhar de Aquiles.
Karlovic ocupa a trigésima posição do Ranking ATP e o melhor que conseguiu no Masters de Monte Carlo foi chegar nos seus melhores anos – 2008 e 2009 – à segunda ronda do torneio. A terra batida não é a superfície que melhor se adequa ao seu ténis que tem na potência do serviço e no número de ases as maiores armas. O croata é o jogador do circuito com o maior número de ases na carreira, tendo em 2015 ultrapassado a marca dos dez mil.
Apesar de ter sido eliminado na ronda inicial do ATP de Marraquexe, na passada semana, João Sousa subiu dois lugares no ranking, para a posição trinta e quatro. Continua ainda ser atingir o seu melhor registo, um lugar acima em setembro do ano passado. No torneio marroquino o português teve pela frente Facundo Bagnis (6-2, 6-4). Ainda que seja jogador do top-90, o argentino é um especialista em terra batida, tendo já disputado mais de trinta partidas neste piso esta temporada, enquanto o vimaranense estava apenas a fazer o primeiro, vindo direto do Masters de Miami. Isso faz uma enorme diferença.
Por falar na prova da Florida, João Sousa esteve bem diante de Novak Djokovic (6-4, 6-1), o responsável pelo seu afastamento na terceira ronda. Mereceu elogios do sérvio por o ter obrigado a jogar, sobretudo no primeiro parcial. Já no Open da Austrália, também na terceira ronda, quando enfrentou Andy Murray, o português deixou boa imagem, tendo inclusive ganho o segundo set ao número do mundo (6-2, 3-6, 6-2, 6-2). Só que entre uma prova e outra – Montpellier, Roterdão, Marseille, Dubai e Indian Wells – caiu sempre à primeira.
Em 2015 o tenista luso fez a sua melhor prestação no torneio monegasco. Caiu na segunda eliminatória, frente a Milos Raonic (6-3, 7-6), depois de ter afastado Roger-Vasselin no encontro de estreia (6-1, 3-6, 6-0).
Karlovic e Sousa nunca se defrontaram antes no circuito profissional. Sem limitações físicas e em piso rápido o gigante croata é um adversário que pode derrubar qualquer um, como demonstrou na época passada diante de Novak Djokovic. Mas com tão pouca oportunidade para competir este ano, ao fim de mais mês e meio de paragem devido aos problemas no joelho e ao facto do encontro acontecer em terra batida dá ascendente ao tenista português. Mais rodado, mais versátil e até ao momento em boa forma física. Um triunfo aqui podia ajudar bastante no aspeto da confiança de João Sousa, que até se tem batido bem mas não tem conseguido somar as vitórias necessárias para dar o tal salto que era objetivo para 2016.